terça-feira, 16 de setembro de 2008

Só eu sei

"Tempo de crescer"
Em 86/87 o Sporting venceu o Barcelona em Alvalade por 2-1. Porém, os blaugrana haviam vencido por 1-0 na primeira-mão.

Não será de todo o estilo desta crónica o ataque a emblemas rivais do Sporting, mas a verdade é que não podem passar em claro as guerrilhas pelo poder do futebol português que com especial mesquinhez têm oposto Benfica e F. C. Porto nos últimos tempos, como se o futebol fosse mais do que o futebol em si, essa maravilha em estado bruto!

Quero da minha parte deixar bem claro que os adeptos do Sporting estarão atentos e saberão falar a uma só voz caso o clube se veja prejudicado pelos efeitos colaterais desta disputa.

O mediatismo das habituais guerrilhas tem trazido ofuscado todo um rol de discussões verdadeiramente mais importantes, como é o caso da vergonhosa falta de sensatez evidenciada na calendarização das principais provas do futebol nacional, que vão permitir que os nossos principais clubes tenham o seu baptismo de fogo nas competições europeias desta temporada na sequência de um interregno competitivo superior a duas semanas!

Mantenho a secreta esperança de que o Sporting faça em Camp Nou um jogo de viragem na sua própria história, um jogo de charneira no seu próprio destino, reclamando um lugar sério e consistente entre a elite do futebol europeu! Para tal, a equipa deverá apresentar-se na convicção de que só com elevadíssimos níveis de concentração e vontade é possível vencer este colosso, nunca se sentindo iludida pela propalada e suposta crise que o Barcelona atravessa. Quem viu no passado fim-de-semana a geometria de Iniesta, a arte e classe de Messi e o poder físico e técnico omnipresente de Daniel Alves a sufocarem e subjugarem por completo a equipa do Racing Santander, saberá que o empate final mais não foi do que um ilusório golpe de sorte!

Já que confidenciei neste espaço a minha fé de que este ano traga ao Sporting um convívio sólido entre os maiores clubes do mundo, faço ainda menção a um último pormenor. Não me esqueço de como no último ano, no Olímpico de Roma, quando o conjunto da casa acabara de ganhar vantagem através de um brinde da defesa do Sporting, desapareceram súbita e misteriosamente todos os apanha-bolas do recinto.

Já em Alvalade, contra a mesma equipa, e quando o Sporting procurava segurar uma vantagem conseguida com um golpe de génio futebolístico, a Roma dispôs de forma célere de todas as bolas que iam saindo do rectângulo de jogo. Que não fique aqui subentendido um apelo primário ao anti-jogo, mas que fique bem claro que cultura desportiva em alta competição significa experiência e atenção ao detalhe!

Por: César Paisana Adão

Sem comentários: