segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Dragão Dourado

"Atacar com outras armas"

Foi uma semana tranquila, aquela vivida no reino do dragão. Longe dos holofotes da controvérsia, que insistentemente vêm iluminando a caminhada dos seus rivais, o F. C. Porto continua a preparação para a primeira jornada da Liga dos Campeões, frente aos turcos do Fenerbahçe.

Por falar em Fenerbahçe, a equipa turca chega à Invicta com a moral em baixo, depois da derrota frente ao modesto Hacettepespor. O golo inicial do brasileiro Alex (20”) não chegou para guiar os comandados de Aragonês à vitória. Para além da derrota, destaque para a expulsão do guarda-redes Volkan, que em pouco mais de cinco minutos viu dois amarelos e foi mais cedo para os balneários. Mais um sinal da instabilidade vivida por estes dias no clube turco, que em três jornadas do campeonato local soma apenas uma vitória. Muito pouco para um candidato ao título.

Já o professor Jesualdo Ferreira tem praticamente todo o plantel à disposição para este importante desafio. Fucile está castigado, e deverá ser substituído no onze por Benitez.

Expectativa ainda para ver como o técnico portista irá ordenar as peças a meio campo. Se vai manter o esquema da Luz, com quatro médios, ou irá voltar ao característico 4-3-3. Sem Quaresma, os azuis e brancos poderão mesmo utilizar o 4-4-2 mais frequentemente. Um médio mais defensivo, auxiliado por uma linha de três médios. Na frente de ataque, Rodriguez no apoio directo ao argentino Lisandro Lopez.

De facto, é nisto que o plantel do F. C. Porto está diferente, para melhor, do que no ano passado. É quase impossível avançar com um onze provável, porque os jogadores são muitos, e todos eles com qualidade de entrar no onze inicial a qualquer momento. Mesmo não tendo a qualidade de Bosingwa, a eficiência de Paulo Assunção e a irreverência de Quaresma, os campeões nacionais jogam com outro tipo de armas. Todas com qualidade para repetir os êxitos passados.

No mais, destaque para a derrota surpreendente da selecção nacional AA frente à Dinamarca. Um autentico pesadelo. Já os sub-21 não surpreenderam nada: a mesma pobreza franciscana, que vêm apresentando há já largos meses. Urge-se em estruturar de forma eficiente as selecções mais jovens nacionais, bem como melhorar a comunicação entre os diferentes escalões.

Já Lucho González deu uma entrevista bastante esclarecedora. Confiante, o argentino diz-se feliz no Porto. Não negou a sua intenção de sair no início da época, mas sempre disse que nunca forçou o clube a nada. No tema das saídas, foi bastante claro: Assunção faz mais falta que Quaresma. Não entrando no âmbito táctico da questão, fica aqui bem patente o ambiente vivido no balneário portista. Apesar da saída atribulada do trinco brasileiro, Lucho prefere desvalorizar a saída do extremo português, como que condenando o seu papel em todo este processo. É também por isto que aplaudo a saída de Quaresma do F. C. Porto. A sua estadia há muito que não era bem vista no clube.


Por: Flávio Pedrosa

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