quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Edgolos de regresso



O Atlético Ouriense garantiu a contratação de Edgar. O ponta-de-lança, conhecido pelos muitos golos que marcou pelos oureenses, regressa a Ourém depois de uma curta passagem pelo Atlético Alcanenense.

Carlos Gonçalves conta agora com mais uma arma para atacar os seus objectivos.
Edgar volta ao emblema pelo qual marcou 13 golos na época passada.
Já nesta temporada, Edgar marcou aos oureenses na partida que o opôs à sua actual equipa.

O Atlético garante desta forma um excelente reforço, muito disputado por outros clubes da Divisão de Honra de Santarém, que já deverá estar em condições de voltar a vestir a camisola do Atlético, na próxima jornada. A estreia de Edgar poderá estar marcada para o Campo Adelino dos Santos Júnior, frente ao Fazendense.
Solidez e perseverança






O Sporting provou na última jornada que conhece e sabe praticar a mistura de princípios que pode fazer desta equipa campeã. Foi mais uma vez acutilante no pressing e sólido no processo defensivo, mas também venenoso no ataque. Perante um sem número de baixas e défices nos ritmos competitivos, a equipa pareceu adaptar-se à presença de três avançados sempre solidários e generosos no esforço defensivo colectivo (ainda que Postiga tenha desempenhado o papel de criativo).

Na última jornada tinha criticado o facto de a equipa não ter conseguido reagir às normais contingências negativas da partida, que podem a qualquer momento surgir, e apontei essa capacidade como requisito decisivo para se ser campeão, e foi precisamente essa a qualidade que a equipa soube resgatar neste jogo. O facto de Rui Patrício ter defendido uma grande penalidade, e de a equipa ter suportado um sufoco final diminuída e entrincheirada não são meros factos casuais, são sinais claros de que esta equipa saberá sofrer e encontrar o caminho rumo ao título nacional.

Antes de mais terei que ser justo: a entrada de Derlei é de facto merecedora de cartão vermelho, e já não será a primeira vez que chamo aqui a atenção ao “Ninja” sobre a necessidade de refrear a sua inegável capacidade de luta, tentando não oferecer pretextos para a sua exclusão do jogo quando a equipa precisa de si. A grande penalidade é também inevitável e acertada. Quanto ao resto do trabalho de arbitragem é uma galeria de decisões inexactas, sem critério nem coerência, tendenciosas e pejadas de tiques de manipulação. Sem classe, sem autoridade, sem acerto.

O Sporting possui uma filosofia cúmplice com a realidade, virada para o colectivo, familiarizada com os princípios da abnegação e da humildade. É uma equipa tacticamente madura, rigorosa a defender e inteligente a atacar. Deixo votos para que este campeonato seja decidido por factores desportivos!

Contra o Barcelona espero personalidade, espírito de luta e sede de vitória. Que seja uma noite histórica e memorável, porque esta equipa é especial e merece-o!


Leão da semana: Liedson


Por: César Paisana Adão

Atlético encarrila


Divisão de Honra de Santarém – 9ª. Jornada

Campo Adelino dos Santos Júnior – Ourém
Atlético Ouriense 4-1 GD Ferroviários

Árbitro: João Oliveira Assistentes: Rui Cabeleira e Bruno Sousa
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Atlético Ouriense: Tomé; Tordo (Martins), Canário, Cláudio Marques, Nuno Sousa; Dino, Célio (cap.), Leandro; Pedro Ribeiro, Ricky (Dércio), Marco (Ricardo Ferreira)
Não utilizados: Tiago André, Moreira, Pimenta e Bolinhas.
Golos: Pedro Ribeiro (2), Marco e Leandro
Treinador: Carlos Gonçalves
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GD Ferroviários: Joel; Cadete (cap.), Gonçalo Barrela (Filipe Carvalho), Vitinho, Tiago; Pinheiro (Pinto), Luís Alves, Alemão; Moita (Multaga), Rui Barrela, Daniel Pires
Não utilizados: Coelho, Laranjeiro, Duarte e David
Golo: Daniel Pires
Treinador: Carlos Felisberto
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Finalmente a vitória


O Atlético Ouriense voltou a vencer. A formação orientada por Carlos Gonçalves bateu o GD Ferroviários por quatro bolas a uma.
Os oureenses partiram para este jogo embalados pela boa prestação conseguida frente à União de Almeirim.
A jogar em casa, o Atlético desde muito cedo tratou de demonstrar as suas intenções para este desafio. À passagem da meia hora de jogo, os oureenses já venciam por 2-0. Pedro Ribeiro abriu a contagem, na marcação de uma grande penalidade. Pouco depois foi a vez de Marco ampliar a vantagem, após excelente passe de Tordo.

Com o jogo controlado, o Atlético abrandou o ritmo, falhou oportunidades imperdíveis e sofreu um golo, merecido, através de Daniel Pires que culminou uma vistosa movimentação atacante do GD Ferroviários.

Até ao intervalo a equipa de Ourém teve de sofrer para conter a reacção do adversário que regressou à discussão do desafio após o golo de Daniel Pires.

Para o segundo tempo, Carlos Gonçalves deixou o perdulário Ricky na cabine, fazendo entrar Dércio. O Atlético voltou a assumir a postura autoritária, exibida na meia hora inicial, não concedendo qualquer veleidade aos homens do Entroncamento.
Logo aos 49 minutos Pedro Ribeiro bisou, fazendo o 3-1. Foi o golpe de misericórdia para a formação de Carlos Felisberto. A partir deste momento, os visitantes passaram a ser comandados pelo coração. O futebol do GD Ferroviários passou a ter em Multaga, entrado ao intervalo, a sua principal referência. Mas o pujante avançado não estava nos seus dias, passando a ser uma presa fácil para a defesa da casa, não obstante o seu maior poderio físico.

A cerca de 20 minutos do fim, Leandro fechou o marcador do encontro após boa investida de Ricardo Ferreira, pela esquerda.

As contas finais do desafio não deixam espaço a qualquer discussão. A vitória oureense ajusta-se na perfeição ao que se passou no tempo de jogo. O Atlético foi sempre a equipa mais esclarecida em campo. Os 15 minutos finais da primeira parte foram a excepção da regra, traduzindo-se num período em que a equipa de Carlos Gonçalves poderia ter deitado tudo a perder.
Saiba mais na próxima edição do Notícias de Ourém

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Onda Vermelha

Benfica vence, mas não convence!


O Benfica continua a vencer na Liga Sagres, mas nem por isso tem proporcionado um futebol agradável para os seus associados e simpatizantes.

Quique Flores insistiu na implementação do novo sistema táctico, o 4-4-2 em losango, abdicando no onze inicial dos extremos que possui no plantel. Nos minutos finais do desafio, com os homens da Reboleira, chegaram a coabitar em campo três jogadores com as mesmas características, três médios defensivos, o que torna o futebol benfiquista muito musculado, previsível e sedento de criatividade. Este sistema depende muito da dinâmica dos laterais e, na minha prespectiva, não possuímos jogadores com características para o executar.

No que concerne ao jogo, o Benfica recebeu o Estrela da Amadora e praticou um futebol apático e pouco vistoso, nada coincidente com as exigências de um candidato assumido ao título.

Eu, como desportista e fã de futebol, aprecio um jogo dinâmico com empenho total dos seus intervenientes e com muitas oportunidades de golo, mas nada disso aconteceu nessa noite no Estádio da Luz. Quase toda a equipa encarnada esteve apática durante os noventa minutos, exceptuando o hondurenho David Suazo que, de vez em quando, com a sua velocidade e poder de explosão quebrava a monotomia deste jogo enfadonho.

Em suma, poderei dizer que é com grande mágoa que constato que o Benfica vence mas não convence, nem a mim, nem à generalidade dos benfiquistas. É verdade que no término do campeonato ganha a equipa que tem mais pontos e não aquela que pratica o melhor futebol. Mas parece-me que se continuarmos com estas exibições nem sempre a sorte nos vai sorrir e vamos passar por muitos dissabores.

Faço votos para que esta equipa continue a trabalhar e que consiga conciliar as duas coisas, isto é, vencer e oferecer aos seus adeptos um futebol agradável.

O Benfica venceu este jogo por 1-0 com um golo do jovem central Sidnei, depois de uma assistência do capitão Nuno Gomes e esta foi uma das poucas jogadas do desafio com princípio, meio e fim, o que retrata a pobreza com que o Benfica presenteou o seu público.

Por último, uma palavra de apreço e reconhecimento para o Estrela da Amadora, que vive momentos conturbados e difíceis, nada dignificantes para o futebol português e que foi uma equipa digna e com grande brio profissional, apesar de ainda não terem recebido ordenados desde o início da época.

Espero que este momento seja ultrapassado e a situação seja rapidamente reguralizada e ainda que situações destas desapareçam do quotidiano do futebol português!

Águia da semana: David Suazo

Por: António Pereira

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Atlético empata em Almeirim


Divisão de Honra de Santarém – 8ª. Jornada
Campo D. Manuel Mello
UD Almeirim 0-0 Atlético Ouriense
Equipa de arbitragem: Carlos Balbino, Hugo Silvestre e Rui Carvalho
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Atlético Ouriense: Tomé; Pimenta (Ricky, 53m) Canário, Nuno Sousa, Moreira; Dino, Célio (c), Leandro (Rodolfo, 74m); Ricardo Ferreira, Pedro Ribeiro, Marco (Martins, 64m).
Não utilizados: Tiago André, Denny, Dércio e Rapha
Treinador: Carlos Gonçalves
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UD Almeirim: Ricardo; Cacheta (Marco, 15m), Fábio, Lucas, Rui (c); Maurício (Pató, 67m), Nélson, Bexiga, Serginho, Carrapato (Matias, 53m); Leandro.
Não utilizados: João, Sidney, Isas e Zezinho
Treinador: Leonel Madruga
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.........................Boa atitude vale um ponto

Os oureenses foram a Almeirim defrontar a União local, resgatando um ponto precioso num terreno tão difícil quanto mal cuidado.

As ausências de Cláudio Marques e Tordo forçaram Carlos Gonçalves a uma remodelação no seu onze. Pimenta estreou-se como defesa-direito. Moreira e Ricardo Ferreira regressaram à titularidade. Mas as contrariedades para o técnico não se ficaram por aqui. Dércio lesionou-se no período de aquecimento, obrigando à entrada de Leandro na equipa. E foi dos pés do próprio Leandro que saiu o primeiro aviso à União. No minuto inicial, o médio cobrou um livre directo, junto à área sobre a esquerda, que por pouco resultava no primeiro golo da tarde.

Os minutos iniciais demonstraram uma União mandona, em busca do golo. Aos 10 minutos, Bexiga ganha posição na área oureense mas vê Moreira executar um corte tão soberbo quanto limpinho. O pouco público presente pediu castigo máximo mas Carlos Balbino, bem, não acedeu.

O Atlético encontrava inúmeras dificuldades na saída para o ataque. A União exercia uma pressão contínua mas não conseguia criar ocasiões capazes de importunar Tomé. Até que aos 29 minutos surge a melhor ocasião de golo de todo o encontro. Serginho escapa-se pela esquerda, cruzando para Bexiga que, no segundo poste, assiste Carrapato que acerta em cheio na trave da baliza. Na recarga, o mesmo Carrapato toca de cabeça mas vê o SOS Canário salvar in extremis sobre a linha. Um minuto volvido, nova ocasião de golo. Serginho volta a fugir a Pimenta, remetendo o esférico para o interior da área. Tomé falha o tempo de saída, deixando escapar a bola que cai redondinha nos pés de Bexiga. O médio dribla Moreira e remata mas vê Tomé redimir-se com uma intervenção de classe.

O lance acordou a equipa de Ourém. O Atlético subiu no terreno, aproximando-se da área de Ricardo, que apenas aos 38 minutos voltou a ser incomodado por um remate de Marco.
O Atlético revelava-se agora uma equipa mais desinibida e confiante, soltando-se do colete-de-forças com que parecia ter sido amarrada.

Aos 42 minutos, Leandro bate um livre, em jeito de canto curto, sobre a esquerda do seu ataque, obrigando Ricardo a aplicação extra para suster o seu remate-surpresa.
A segunda parte começou com a União de novo na mó-de-cima. O Atlético assumia uma postura de contenção, parecendo aguardar o momento ideal para atacar a baliza contrária.

Os minutos pareciam passar depressa demais para os homens da casa. A União surgia mais ansiosa e intranquila, oferecendo muito espaço nas costas da sua defensiva.
Carlos Gonçalves lançou Ricky primeiro e Martins depois, fazendo sair Pimenta e Marco.

A formação de Almeirim continuava a dominar a partida mas persistia incapaz de perturbar Tomé que se apresentava seguro e autoritário.

Do lado oureense, a velocidade de Martins, Ribeiro e Ricky enervava a defesa da casa. O contra-ataque era a maior arma do Atlético mas, embora tivessem causado desconforto no seio da equipa da casa, foram sempre infrutíferos. Perto do final, foi a vez dos homens do Atlético pedirem penaltie ao juiz da partida. Ribeiro rematou, à queima-roupa, contra Fábio. Carlos Balbino voltou a mandar jogar, fazendo-o bem, novamente.

A partida terminou após seis exagerados minutos de compensação, nos quais nem a União nem o Atlético estiveram perto de festejar um golo.

A igualdade final penaliza o pouco rendimento retirado do volume de jogo ofensivo criado pela União. Por outro lado, presenteia a boa organização defensiva, assim como a excelente atitude e espírito de sacrifício exibidas pelo Atlético.

Fonte: Especial Notícias


...............................Saiba mais na próxima edição do Notícias de Ourém

Só eu sei...

Faltou o killer instinct


De facto não tem sido fácil o início de temporada do Sporting. Tudo parece conjugado para resultar bem: ao low-profile dos dirigentes, junta-se um plantel experiente e de inegável qualidade. A equipa já venceu um troféu e já conseguiu superar de forma histórica e inédita um difícil patamar europeu. Mas não tem conseguido demonstrar de forma assertiva a sua candidatura ao título nacional, e todo o ruído disciplinar que se presta à execrável mediatização não permite agregar o necessário elemento da tranquilidade.

Contra um organizado Leixões, o Sporting começou por experimentar a abordagem habitual: presença defensiva concentrada, critério na circulação de bola, pressing alto, e exploração do erro do adversário. O que correu mal desta vez? Antes de mais as contingências intrínsecas de um jogo de futebol: duas defesas por instinto do guarda-redes contrário criaram ansiedade na equipa; depois a lesão de um jogador rotinado, que quebrou mecanismos; e finalmente a incapacidade de controlar as emoções e gerir com racionalidade a necessidade de inverter a tendência de jogo.

A lesão é irreversível e aleatória, mas a concretização das oportunidades de golo; a negligência com que se perdeu a bola que originou o golo; a falta de clarividência com que se tentou reverter a situação, esses são factores a trabalhar. Quem aspire a ser campeão não poderá esperar que todos os jogos corram conforme planeado, sem adversidades nem incidentes: tem é que ter a alma e a força interior para conseguir reagir.

O que distingue uma equipa campeã é um sistema táctico rotinado, com intérpretes de qualidade; um avançado eficaz; a capacidade de vencer jogos difíceis, pejados de contingências adversas; e um balneário blindado e focado nos objectivos colectivos.

Digamos que até Janeiro ou Fevereiro não peço exuberância, mas como adepto exijo desde já que haja mais alma em campo, que não se cometam erros defensivos infantis, e que seja revista de vez a forma de proteger o balneário (jogadores e equipa técnica) de todo o ruído que o envolve.

Destaco ainda a exibição personalizada e temerária de mais um produto de inegável qualidade das nossas escolas: Daniel Carriço mostrou sportinguismo em campo e afirmou-se como opção consistente do presente e do futuro!

Leão da semana: Daniel Carriço


Por: César Paisana Adão

Dragão Dourado

A recuperar em ritmo de passeio


Depois de tanto sofrer, o F. C. Porto parece querer arrepiar caminho para atacar, em definitivo, aquilo que resta da presente época. As derrotas frente a Leixões e Naval parecem longínquas, mas a verdade é que não aconteceram há tanto tempo quanto isso.
Como defendi na passada semana, o jogo frente ao Vitória de Guimarães iria ser bastante conclusivo em relação ao momento de forma dos campeões nacionais. À vista desarmada, os azuis e brancos parecem ter melhorado um pouco a nível posicional, mas continuam lentos e previsiveis no ataque.

Frente aos vimaranenses, o F. C. Porto mostrou-se seguro a defender. Não é por acaso que o Vitória não fez um único remate perigoso à baliza defendida por Helton. Rolando e Bruno Alves estiveram intransponíveis (mesmo quando os cotovelos atacaram). Já Fucile e (principalmente) Sapunaru vêm subindo de forma a olhos vistos. Raúl Meireles foi o pulmão de sempre no meio-campo, enquanto que Fernando voltou a rubricar uma exibição segura. O problema vem daqui para a frente. Lucho ainda não encontrou o ritmo competitivo ideal, apesar de ser, invariavelmente, um homem em evidência na maioria das partidas. Se a passo “El Capitan” consegue ser fantástico, imaginem-no em forma. Já no ataque, Tarik continua a sua recuperação em campo, enquanto que Rodriguez continua a revelar total inadaptação ao sistema de jogo portista. No meio disto tudo surge um Lisandro (até aqui) um pouco arredado dos golos. Não se pode questionar a sua entrega e abnegação ao jogo, mas é clara a falta de eficácia do argentino neste início de época. Parece ter dado um pontapé na sua “crise pessoal” nesta última partida, onde marcou um golo e deu outro a marcar.

Da vitória frente ao Guimarães há ainda a ressalvar o regresso de Farías aos golos. O terceiro esta época, depois de ter bisado na Sertã. O avançado argentino demonstrou uma vez mais faro pelo golo, mas é notória a sua condição de terceiro avançado no plantel portista, atrás de Lisandro e Hulk.

Como nota final, ficou claro na partida do último sábado que Jesualdo Ferreira parece
finalmente conseguir transmitir, de uma forma clara, aquilo que pretende para a equipa. Jogar seguro, com muita tranquilidade, sem arriscar. Sempre à espera do erro do adversário. Não foi à toa que na época passada, Manuel Machado (na altura técnico do Sporting de Braga) disse que “o F. C. Porto é um grande que joga num sistema táctico de equipa pequena”. De facto a forma sistemática com que os dragões dão iniciativa de jogo ao adversário, fechando-se todo na defesa à procura de um contra-ataque eficaz, é de todo igualável àquilo que os chamados “pequenos” fazem nos jogos mais importantes.

Dragão da semana: Lisandro Lopez


Por: Flávio Pedrosa


sábado, 15 de novembro de 2008

Bola Aparte

C’est la vie!


Obama lá ganhou. Yes he did! Os coelhinhos quase parecem sair das tocas com mais confiança, com fé redobrada nos homens, e as plantas estendem os seus ramos e flores para um sol mais brilhante e generoso. É quase como aquela celebração na floresta quando o Império é derrotado no final do Star Wars. Não! Eu brinco. Mas é verdade que desponta uma metafórica primavera na política mundial com a saída de Bush. Cínico que sou, não consegui ficar indiferente a toda a emotividade que rodeou esta eleição, que começava a recear não ver terminada (é que para histórias longas e repetitivas para as quais não se augura fim agradável chega-me a minha própria vida e o processo Casa Pia) .

A questão é que todos precisamos de um bocadinho mais de confiança no futuro global, e se Obama é o estandarte vivo desse sentimento, então exulto porra! Hip, hip, hurra. Acho que só o Pulido Valente não ficou contente, e esse já não se vê contente desde o natal de 87 (parece que o peru tava especialmente bem guarnecido esse ano). Eu digo viva o novo presidente negro com o nome estranho. Boa sorte para ele e para os nossos amigos americanos.

Nós por cá: nada de novo, não é? Alguém puxou de uma suástica como adereço para um desastre de protesto num orgão que, para o bem ou para o mal, parece-me ter sido legitimamente eleito pela nossa democracia. Não vou aqui demonizar a pobre criatura que protagonizou a cena, mas a simples ideia de que o desespero causado pelo défice democrático, que há largos anos fustiga a Madeira, de alguma forma justifica este tipo de acção, é algo de perfeitamente ridículo. O Sr. Deputado José Manuel Coelho devia era ter tirado umas férias. Sair da Madeira. Passar o Natal ao Brasil.

E não é que eu seja pessoa para melindres com suásticas. Sei como se desenham e sei que elas existem e que pessoas as usam para diversos fins. E reconheço que a dignidade daquela vetusta casa parlamentar já se tinha visto manchada em diversas situações, qual delas a mais gritante? Não foi lá que chamaram p*** e mandaram ir cozinhar uma colega parlamentar? Mas esta apanhou-me desprevenido. Discutindo o assunto, alguém sugeriu a questão se aquilo era preferível a defecar em plena sessão. Que posso dizer? Conversas de merda! Mas tendo que escolher, escolhia o cagalhão.

E o partidozinho do Sr. Monteiro ganha publicidade, e ele vai a reuniões com verdadeiras figuras do Estado, discute o assunto e expõe as suas ideiazinhas. E mantêm-se na órbita da política portuguesa, como um pequeno e irritante satélitezinho. Ele e a sua Nova Democracia ressabiada que nunca passou de um fenómeno eminentemente publicitário, de mera circunstância política.
Mais 120 mil professores inundam Lisboa e o braço do Ministério da Educação parece cada vez mais prestes bater na mesa, mas continua a recusar reconhecer algo de errado com a sua política educativa e o consequente mau ambiente que se vive nas escolas portuguesas, mesmo quando este se manifesta na forma de ovos e apupos. C’est la vie.

Por: Francisco Adão

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dança de treinadores em Portalegre

Dinis Santana está de regresso ao Estrela


Estalou o chicote no Futebol Clube do Crato. António Figueiredo não resistiu à onda de resultados negativos que assolou a sua equipa e foi demitido pela direcção do clube.

Entretanto, o FC Crato que se encontra a disputar a III Divisão Nacional já tem um novo treinador. Vítor Nozes foi o homem escolhido para suceder a Figueiredo. O experiente técnico terminou a sua ligação com o Estrela de Portalegre para dar início a uma nova etapa da sua carreira, agora ao serviço do emblema do Crato.

A vaga provocada pela saída de Nozes foi rapidamente preenchida pelo presidente do Estrela, João Martinho. A escolha recaiu em Dinis Santana. O técnico volta a assumir o comando do clube portalegrense onde, recentemente, se sagrou campeão distrital.

Onda Vermelha

Humildade, exige-se!


O Benfica, na quinta-feira, dia 6 de Novembro disputou o 2º jogo da fase de grupos da Taça Uefa.

O meu glorioso perdeu por 0-2 e o resultado é inteiramente justo, não sofrendo qualquer tipo de contestação.

Na minha opinião, se o resultado fosse mais dilatado, não seria escândalo nenhum, pois o Galatasaray foi a melhor equipa em campo, a mais organizada e justa vencedora.

A derrota do Benfica deixa-me triste, mas acho que veio na melhor altura. Esta afirmação pode causar estranheza vinda de alguém que vive tanto o Benfica como eu, mas espero que nos sirva de lição no futuro.

Após o jogo com o Guimarães, os jogadores do Benfica saíram em quase todas as capas dos jornais e quase todos eles a reforçar a mesma ideia, ou seja, que o Benfica era a equipa que praticava melhor futebol em Portugal.

Uma coisa é certa, se os jogos se ganhassem em entrevistas e conferências de imprensa, o Benfica já era campeão. O grande problema é que não basta dizer que somos os melhores cá fora, temos que prová-lo lá dentro; só assim se constrói uma equipa lutadora e vencedora. E contra os turcos fomos uma equipa banal e que foi facilmente manietada e controlada pelos homens que vieram de Istambul.

Que esta derrota nos sirva de lição e aprendamos a ser modestos e que sejamos pelo menos os campeões da garra e empenho e não da oratória.

Quanto ao jogo propriamente dito, teve duas partes distintas, a primeira bastante equilibrada e uma segunda parte em que o Galatasaray foi muito superior.

No meu ponto de vista, a fraca exibição do Benfica esteve directamente ligada à fraca prestação do Yebda, jogador fulcral na manobra da equipa, mas nunca uma equipa da dimensão encarnada poderá apenas depender de um mau dia de um excelente jogador.



Em suma, desejo que esta derrota seja como uma rampa de lançamento para fazer crescer esta aquipa sempre com humildade, mas com muita ambição!

Depois veio o jogo com o Desportivo das Aves, referente à 4ª eliminatória da Taça de Portugal.

O Glorioso venceu o jogo por 3-0 num jogo fácil para a equipa da Luz em que Quique não procedeu a tantas alterações como no último jogo da Taça com o Penafiel.

Talvez por ter apanhado um susto nesse jogo, os únicos jogadores a receberem um voto de confiança foram Moreira, Léo e Binya.
Apesar de terem vencido, praticaram um futebol pouco vistoso e o jogo chegou a ser saturante, tal a apatia e a falta de velocidade e dinâmica da equipa.

Por fim, poderei dizer que o Benfica continua a viver muito da criatividade dos seus elementos continuando a demonstrar pouca ligação entre os vários sectores. Neste jogo, o único aspecto positivo foi o excelente aproveitamento das bolas paradas, resultando delas dois golos e a jogada do terceiro golo que teve uma bela assistência de Aimar para o sempre regular Maxi Pereira que materializou a jogada mais bela do desafio.

De uma equipa como o Benfica espera-se sempre mais e jogar apenas trinta minutos e descansar à sombra do resultado não é para uma equipa que ambiciona vencer todas as competicões em que está inserida.


Águia da semana: Maxi Pereira


Por: António Pereira

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Só eu sei...

Balanço milionário




A semana que passou fica marcada pela jornada europeia histórica do Sporting, cujas consequências, se são em termos materiais objectivamente generosas e absolutamente fundamentais na gestão moderna do clube, são por outro lado absolutamente intangíveis no que respeita ao prestígio granjeado, e no quanto esta conquista se coaduna com o projecto sonhado pelos seus fundadores.

Este Sporting, ao habituar-se a conviver na alta-roda europeia (e estou certo que fará desse convívio um hábito sistemático) está no fundo a reencontrar-se com a sua vocação e com o seu próprio destino, e nós adeptos vivemos tempos importantes deste clube, gerido aliás com dificuldades mas com uma ideia de futuro e com um plano.

Contra o Shaktar, o Sporting foi um conjunto calibrado, de grande sentido táctico e com inexcedível capacidade de controlo de emoções. Foi o Sporting quem desgastou a formação ucraniana e não contrário, fazendo-a sentir que poderia cair a qualquer momento. Um jogo é sempre também um mosaico de emoções, um campo de batalha psicológico, e poucas são as equipas que em campo possuem e demonstram como um todo não só esta noção mas também a capacidade de a moldar e perverter a seu favor.
Já tenho visto o Sporting a fazê-lo e isso é para mim um feliz indício de grande inteligência colectiva!

No que diz respeito ao jogo para a Taça de Portugal com o F. C. Porto, começo por observar com algum cinismo e ironia que mesmo com um afastamento de uma competição a equipa continua a cultivar uma convicta invencibilidade.

O período em que a equipa demonstrou um futebol mais positivo, aberto e vocacionado para o espectáculo acabou por marcar o início de uma derrota. E eu, que professei durante tanto tempo a primazia do futebol ofensivo e belo, vejo-me de repente um fanático defensor do cinismo táctico e do jogo contido, pensado e cerebral. O gosto da vitória corrompe-nos!

Mas atenção que para além da derrota do Sporting no último domingo houve outra: a derrota da complacência e tolerância para com as asneiras dessa tragicomédia que é a arbitragem portuguesa. E atenção que as palavras de Paulo Bento no final do jogo em questão, que tão melindradas têm trazido as tradicionais primas – donas, traduzem não só um sentimento colectivo como constituem em si um eufemismo!

Leão da semana: Liedson


Por: César Paisana Adão

Francisco Mendes vence em Ourém

Divisão de Honra de Santarém – 7ª. Jornada
Campo Adelino dos Santos Júnior
Atlético Ouriense 2-3 CD Amiense

Árbitro: Pedro Lopes Assistentes: Diogo Vicente e João Mendes
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Atlético Ouriense: Tomé; Tordo, Canário, Cláudio Marques, Nuno Sousa; Célio (cap.), Dércio, Dino; Pedro Ribeiro (Ricardo Ferreira), Bolinhas (Ricky), Marco (Leandro)
Não utilizados: Tiago André, Moreira, Rapha, Martins
Golos: Cláudio Marques e Ricky
Treinador: Carlos Gonçalves
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CD Amiense: Nélson; Liká, Tiago Duarte (Rui Gaivoto), Cristiano, Cabé (cap.); Carapito, Hugo Monteiro, Norberto (Tiago Marinha), Abreu; Diogo Diogo, Pereira (Ragner)
Não utilizados: Tiago Travessa, Formiga, Ricardo Rei e Samuel
Golos: Hugo Monteiro, Diogo Diogo e Ragner
Treinador: Francisco Mendes
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............De pirueta em pirueta se chega a nova derrota

O Atlético Ouriense somou nova derrota. Desta feita a equipa oureense perdeu frente ao CD Amiense, um adversário directo na luta pela permanência na divisão maior de Santarém.

Os comandados de Carlos Gonçalves até entraram melhor no desafio mas foram os visitantes os primeiros a marcar, depois de o Atlético ter desaproveitado duas boas ocasiões de golo. O CD Amiense chegou à vantagem aos 14 minutos por intermédio de Hugo Monteiro que, de cabeça, deu o melhor seguimento a um livre cruzado pelo veterano Cabé.

Depois do golo, o Atlético voltou a assumir o controlo total do desafio e foi com naturalidade que chegou ao golo da igualdade. Aos 32 minutos, Bolinhas coloca a bola em Cláudio Marques. O estreante defesa não enjeitou a oferta, fuzilando Nélson.


Ao intervalo a história do encontro revelava um Atlético dominador, instalado no meio-terreno do adversário. Quanto ao CD Amiense, limitava o seu futebol a escassos mas venenosos contra-ataques.

A segunda parte trouxe mais do mesmo. Os oureenses a controlar a partida e os amienses a aproveitarem todas as oportunidades para conduzirem contra-ofensivas rápidas, capazes de semear o pânico na área de Tomé.

O guardião da casa esteve em altíssimo plano quando aos 49 minutos, negou dois golos consecutivos a Norberto, através de duas intervenções fantásticas.

O segundo golo do Atlético chegou pelo pé de Ricky. O avançado, a viver um estado de forma impressionante, tinha rendido Bolinhas quando aos 67 minutos aproveitou a lei da vantagem concedida por Pedro Lopes, após falta grosseira sobre Pedro Ribeiro, para colocar a equipa da casa na frente do marcador.

Estava consumada a cambalhota no marcador. Contudo, não haveria de ser a última pois nos seis minutos finais, o CD Amiense obrigou o placar a nova pirueta.

Aos 39 minutos, Diogo Diogo aproveita da melhor forma um lance em que Norberto faz falta sobre Tordo. A bola chega ao médio visitante que remata para nova igualdade.

O Atlético Ouriense voltou a chegar-se perto da área de Nélson mas aos 44 minutos, Ragner fecha com chave de ouro um contra-ataque muito bonito desenhado por Carapito e Hugo Monteiro.

Ragner colocou um ponto final na partida que terminou pouco depois. Foi mais uma boa prestação da equipa oureense que apenas pecou pela falta de experiência, essencial na hora de congelar a bola. Nota positiva para a estreia de Cláudio Marques. O jovem defesa não acusou qualquer tipo de nervosismo, revelando sempre uma postura autoritária e segura, coroada pelo bom golo apontado.
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Saiba mais na próxima edição do Notícias de Ourém

Dragão Dourado

Reerguidos das cinzas

Tal como havia já previsto no meu último comentário, a semana que agora finda trouxe consigo novidades positivas para o F. C. Porto. Confesso que não acreditava totalmente que os dragões conseguissem vencer as partidas frente a Dinamo de Kiev e Sporting, mas o facto é que conseguiram. Jesualdo Ferreira salvou a pele em duas vitórias sofridas, mas saborosas.

Em Kiev, como em Alvalade, a equipa portista demonstrou que o seu mau momento não foi ainda totalmente ultrapassado. Os erros defensivos sucedem-se, as perdas de bola também, e o jogo azul e branco continua muito individualista, alicerçado em arranques individuais de Hulk, Lisandro ou Cristian Rodriguez.

Só que desta feita a equipa conseguiu vencer, coisa que lhe vinha faltado nos três jogos que antecederam estas duas deslocações. Estes triunfos poderão servir de rampa de lançamento para os dragões, mas acima de tudo demonstram algo muito importante: a equipa ainda acredita em si e no seu treinador. As sucessivas derrotas poderiam ter trazido consigo a desconfiança dos jogadores para com os métodos de Jesualdo. Poderiam originar desalento e falta de confiança aos jogadores do F. C. Porto. Mas isso não aconteceu, para bem da equipa, do treinador e dos apoiantes da equipa.

Na Ucrânia, o poste voltou a dar de si, num remate de Raul Meireles. De facto, a equipa sofreu o golo num momento de jogo em que estava senhora dos acontecimentos. Apesar deste infortúnio, os dragões foram à procura da sorte, e alcançaram-na. Primeiro por Rolando, depois na bola enviada ao poste por parte do Dinamo de Kiev muito perto do final do jogo, e por fim ao minuto 92, quando Lucho fez o golo da vitória. Pena que tenha sido expulso, fruto de uma regra absurda da UEFA. Naquele momento, o médio argentino pensou em tudo menos que já tinha um amarelo. Queria festejar com toda a euforia que o momento merecia, e foi castigado por isso. Uma perda importante para a importante viagem à Turquia, onde uma vitória é suficiente para o F. C. Porto carimbar a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

Já na eliminatória da Taça de Portugal, não houve bolas no ferro, mas houve um muito inspirado Helton. O pior parece ter passado para o brasileiro, que no seu jeito “jingão” salvou a equipa na quarta eliminatória da competição. Ainda para mais quando o jogo foi disputado na casa do (ainda) detentor do trofeu.

O jogo foi muito bem disputado por ambos os conjuntos, sendo que o F. C. Porto voltou a mostrar muitas fragilidades defensivas. Contudo, a equipa soube reagir mais uma vez à desvantagem no marcador, e conseguiu, através de um golo de bandeira de Hulk, empatar o desafio. Daqui para a frente o protagonista foi Bruno Paixão, que em noite desastrada estragou por completo a partida. Com os nervos à flor da pele, nenhuma das equipas logrou marcar, e o encontro apenas foi decidido na marca de grande penalidade. Aí, a sorte sorriu para o lado dos portistas, muito por culpa dos dois remates defendidos por Helton.

Aquilo que há a reter desta intensa semana azul e branca é que a atitude dos jogadores do F. C. Porto mudou muito, para melhor. Apesar de os processos de jogo ainda se encontrarem longe de estar solidificados, a equipa parece querer mostrar que o mau momento, vivido nos últimos tempos, foi já ultrapassado.

O próximo desafio, frente ao Vitória de Guimarães, irá ajudar muito a decifrar qual o real estado evolutivo da equipa portista. Estaremos cá para o definir.


Dragão da semana: Helton



Por: Flávio Pedrosa

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bola Aparte

Listen Darling...



É perfeitamente natural e legítima a ideia de que a arte contemporânea é animal raro no nosso país, e que mesmo que aqui passe pouco se demora na sua migração e logo procura pastagens mais verdes e agradáveis. Esse até pode ser o consenso mas a verdade é que temos arte contemporânea em Portugal, só que se esconde muito bem.

Data de 2004 a formação da Ellipse Foundation, uma iniciativa do já coleccionador de longa data João Oliveira Rendeiro com o apoio do Banco Privado Português, que hoje conta já com uma colecção que vai da tradicional pintura a óleo à instalação mixed-media, passando pela fotografia, vídeo, escultura e desenho.

O objectivo é promoção de artistas e da arte contemporânea, não só através de uma política continuada de aquisições e encomendas como por iniciativas na área da formação de artistas.

Vemos uma apetência para artistas que definem como seminais, em actividade desde a década de 70, e também artistas em mid-carreer - que sempre sofrem em Portugal, onde nos habituámos a exultar o início de uma carreira e o seu final, com grandes exposições retrospectivas, ignorando toda a actividade do artista entre esses dois estádios - e novos criadores que vão emergindo neste início de século. A Ellipse tem curadores como Manuel Gonzáles (director artístico da colecção de NY JP Morgan-Chase) e Pedro Lapa, Director do Museu do Chiado. Tem consultores como o curador parisiense Hervé Mikaeloff e o Director do Museu Guggenheim de Bilbau, Ricardo Martí Fluxá.

E o que andam estes senhores a fazer? Pois não é que disponibilizaram a sua colecção de mais de 400 peças escolhidas a dedo e o seu poderoso Art Centre em Alcoitão/Estoril a uma ilustre curadora convidada - Lisa Philips, directora do New Museum de NY – a quem pediram para seleccionar algumas obras e organizar uma exposição. Meu dito, meu feito: aí temos “Listen Darling... the world is yours” que vimos inaugurada no passado dia 11 de Outubro. O título reúne o nome de duas obras seleccionadas, de Jack Pierson e de Gardar Eide Einarson.

É uma selecção que reúne mais de 40 artistas e se pretende representativa das “mudanças radicais pelas quais a cultura passou nas suas dinâmicas psico-sexuais, nos últimos 30 anos” e como estas se vêm espelhadas na arte.

Pelo menos esta é a verborreia com que os organizadores se justificam. A sexualidade está presente, assim como a dinâmica/conflito homem-mulher e as formas como este se tem resolvido na actualidade.

É uma reflexão sobre género, identidade, política e a posição do homem e mulher (talvez mais relevante a parte feminina, pois há muita arte de mulheres) perante o mundo e a arte. Vemos uma das celas de Louise Bourgeois, uma instalação vídeo de Shrin Nestat sobre a sociedade patriarcal do Médio Oriente.

Na fotografia não são esquecidas as séries de Nan Goldin, Laurie Simmons e Richard Prince. Jamie Durham apresenta umas cuequinhas de penas vermelhas a que chamou “pocahontas underwear”. Vão ver que vale a pena a deslocação.


Por: Francisco Adão

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Onda Vermelha

O que parecia fácil, tornou-se difícil!


O Benfica deslocou-se ao estádio D. Afonso Henriques para defrontar o Vitória de Guimarães, num jogo da sétima jornada da Liga Sagres.

Em relação à equipa titular apresentada pelo treinador Quique Flores, notou-se a ausência de Nuno Gomes e o aparecimento do argentino Paiblo Aimar.

O Benfica entrou em campo com grande determinação e personalidade, por isso, cerca dos dezoito minutos já vencia por dois golos de diferença.

O aparecimento do argentino Paiblo Aimar trouxe mais criatividade ao ataque benfiquista e o primeiro golo resultaria mesmo de um passe vistoso do argentino na direcção de Suazo que, com a sua velocidade e técnica, fez o resto.

O segundo golo surgiu através de um livre executado por Reyes e o aparecimento de Sidney de cabeça a alterar o marcador.

Não vou negar que, após estarmos a vencer por 0-2, pensei “até que enfim assistirei a um jogo tranquilo e sem sobressaltos, basta agora fazer uma boa gestão do jogo”.

Pois bem, como me enganei! O Benfica viria a consentir o 1-2, por volta dos 31 minutos, sendo Douglas o jogador responsável pela alteração do marcador. Este foi, a meu ver, um golo bastante consentido pela defesa benfiquista com culpas repartidas entre Luisão e Maxi Pereira.

No entanto, o pior estaria para vir. O extremo esquerdo Reyes, que já tinha visto um amarelo, acabaria por levar o segundo amarelo, por volta dos 44 minutos, após entrada dura sobre Andrezinho. Na minha opinião, foi uma decisão acertada do árbitro, Carlos Xistra, levando o Benfica a jogar toda a segunda parte reduzido a dez elementos.

Desta forma, todo aquele cenário optimista que tinha surgido depois dos dois golos benfiquistas, tornou-se muito cinzento e ao intervalo pensei o pior!

O Benfica teria de jogar toda a segunda parte reduzido a dez elementos, com a vantagem apenas de um golo e com a ausência de um dos elementos que mais consegue acelerar os movimentos do ataque benfiquista.

Na segunda parte do jogo, Quique abdicou da presença de Aimar perto de Suazo, deslocando-o para o lado esquerdo. Desta maneira, o Benfica manteria a mesma estrutura e o sacrificado foi Suazo, jogando sozinho na frente.

Assim, o Benfica abdicou praticamente de atacar, formando um bloco defensivo forte.

Em suma, poderá dizer-se que foi um risco imenso, mas o que conta é o resultado final e Quique com o seu calculismo, arrecadou os três pontos, que é o mais importante. Os “campeões” também se constroem com espírito de luta e sacrificio.

Não tenho por hábito falar nos trabalhos dos árbitros, mas Carlos Xistra esteve em mau plano com uma dualidade de critérios gritante e com nota banstante negativa.

Quanto a Reyes, um jogador com a sua experiência, deveria ter mais calma e não pôr em causa todo o trabalho da equipa.

Águia da Semana: Pablo Aimar



Por: António Pereira

Sporting para a História



O Sporting fez história ao bater o Shaktar Donetsk. Em Alvalade, os verde-e-brancos selaram a passagem quando faltam duas jornadas para o fim da fase de grupos.

Os leões sofreram para vergar a equipa ucraniana e foi preciso esperar pela entrada de Derlei, na ponta final do desafio, para celebrar a passagem aos oitavos de final da Champions League.

A formação de Paulo Bento fez uso de um futebol bastante concentrado e seguro para chegar ao golo que deu a terceira vitória na prova. Para Paulo Bento trata-se “do segundo objectivo cumprido da época”. Depois da vitória na Supertaça, o Sporting “atingiu mais uma meta a que se propôs”.

A noite europeia de ontem trouxe resultados surpreendentes. O Barcelona de Pepe Guardiola, a jogar a meio gás, não conseguiu mais do que uma igualdade frente ao ultra modesto Basileia. Mais incrível foi a actuação do Anorthosis Famagusta que obrigou o Inter de Mourinho a penar por um empate a três golos.

Mais logo será a vez do FC Porto tentar recuperar os três pontos perdidos frente ao Dínamo de Kiev. A equipa de Jesualdo joga uma cartada definitiva com vista ao apuramento para a fase seguinte.

Só eu sei...

Vitalidade em semana decisiva


É tão pouco subtil a nossa imprensa desportiva. Tão rapidamente elegem campeões de Inverno como descobrem mais um caso no balneário do Sporting. Foi triste mas revelador ler numa edição da semana transacta de um dos nossos maiores diários desportivos certo escriba a queixar-se da entrevista concedida por Anderson Polga, na medida em que o defesa central desvalorizava as mini-novelas diariamente atribuídas ao nosso balneário. Esperava com certeza que Polga alimentasse as polémicas que pagam o ordenado a estes argumentistas de série b. E neste parágrafo pequeno processo todo o lixo escrito com que me tentam brindar todos os dias.

Em Vila do Conde o Sporting confirmou todas as boas indicações que tem deixado: está defensivamente sólido e não permite erros ao adversário. O Sporting possui uma equipa suficientemente experiente para saber que neste tipo de jogos é proibido alimentar a confiança do adversário, e com exímia gestão dos ritmos e tempos de jogo, com critério na circulação de bola, a equipa vai sabendo minar as estratégias contrárias até desferir o seu golpe fatal. Não fora o destempero emocional de Derlei, que terá que refrear o ímpeto em embates de maior exigência, e a exibição do Sporting seria imaculada.

Seriamente preocupado deixou-me a actuação criteriosa e cirúrgica do trio de arbitragem, mas como tenho a certeza de que não tardarei a voltar ao assunto nestas crónicas vou optar por não me alongar nesta ocasião.

Um ponto extremamente positivo foi a revelação de esplendor e qualidade do nosso plantel como um todo, uma vez que tanto Pedro Silva como Caneira assinaram exibições de grande rigor e competência. Felizmente é possível identificar sinais de preparação e vitalidade na nossa equipa!

Todos sabemos da importância dos confrontos que se avizinham: um pode marcar uma entrada histórica no mais alto patamar futebolístico mundial, outro é um clássico em que uma vitória é uma afirmação assertiva, de dimensão também psicológica, de que queremos ser melhores que os nossos rivais em toda a linha!


Leão da semana: Liedson


Por: César Paisana Adão

Atlético não acerta

Divisão de Honra – 6ª. jornada
Campo Adelino dos Santos Júnior – Ourém
Equipa de arbitragem:
Adelino Crespo, Gonçalo Freire e Fábio Godinho
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Atlético Ouriense: Tomé; Tordo (Fabien, 80), Canário, Nuno Sousa, Moreira (Leandro, int.); Célio (c), Dércio, Dino (Martins, 70m); Pedro Ribeiro, Ricky, Marco.
Não utilizados: Tiago André, Pimenta, Sérgio Santos, Rapha
Golo: Ricky, 41min
Treinador: Carlos Gonçalves
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SC Ferreira do Zêzere: Gustavo, Hélder, Cajada, Ivo (Celso, 63) Caldeira (c) (Filipe, 60), Cardoso (Coelho, 76) Rato, Rui, Tiago, Duque, Juba.
Não utilizados: Fábio, Valter, Évora, Segorbe
Golos: Caldeira, 2min e Juba, 3m.
Treinador: Mário Pinto
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...................Só coração não chega

A partida conheceu um início atípico. Ainda muitos adeptos não tinham chegado ao Campo da Caridade e já o SC Ferreira do Zêzere vencia por duas bolas de vantagem.

O primeiro golo surgiu aos dois minutos. Na marcação de um livre frontal à baliza de Tomé, Caldeira fez rebentar um foguete nas redes da casa. Um golão do capitão zezerense.

No recomeço, o Atlético perde a bola no meio-campo contrário. O central Juba sai ao lance decidido a aniquilar a jogada, pontapeando a redondinha com vigor. Do ímpeto resulta um alívio tão surpreendente como inesperado, com a bola a terminar o seu trajecto na baliza de Tomé. Um golo alcançado desde muito atrás da linha intermédia que apanhou de surpresa o guarda-redes da casa e o seu próprio autor.

Com 2-0 no placar, o SC Ferreira do Zêzere sentiu ter cumprido a sua missão, recuando no terreno. O Atlético assumiu o jogo, encostando o opositor à sua área. As oportunidades de golo foram-se sucedendo mas apenas aos 41 minutos surgiu o tento da casa. Uma combinação perfeita entre Dino e Marco permitiu ao pé quente Ricky reduzir a desvantagem, na recarga a uma boa intervenção de Gustavo.

O segundo tempo arrancou com Leandro no lugar de Moreira. Carlos Gonçalves abdicou do seu defesa esquerdo, fazendo descair Nuno Sousa para a esquerda e ordenando o recuo de Célio em auxílio a Canário.

O Atlético alojou-se no meio-campo adversário, empurrando a formação de Mário Pinto cada vez mais para trás. Porém, o coração sobrepunha-se à razão, retirando aos homens da casa o discernimento necessário para chegar ao golo.

À passagem do minuto 65, Martins entra para o lugar do seu irmão Dino, intensificando o assalto à baliza de Gustavo. Mas apesar do grande volume de futebol atacante, as oportunidades de golo rareavam. Do lado contrário, há muito que os visitantes haviam abdicado de atacar. Excepção feita a um lance de Celso, derrubado por Tomé na área da casa, a sete minutos do final. Penaltie por assinalar, uma mancha na boa actuação da equipa liderada por Adelino Crespo.

Até ao final do encontro, o rumo dos acontecimentos não se alterou. O SC Ferreira do Zêzere concentrava-se na sua área defensiva, enquanto o Atlético se sentia cada vez mais impotente para alterar o destino dos três pontos.
No final da partida o sabor da derrota decifrava-se no rosto amargurado dos jogadores da casa.

O Atlético esteve 87 minutos em cima do seu opositor mas revelou-se frágil na hora de atacar a baliza de Gustavo.

Mais um passo em falso da equipa de Ourém, à qual nem o regresso ao calor emanado da sua bancada adepta serviu de motivação para feitos maiores.
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Saiba mais na próxima edição do Notícias de Ourém

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dragão Dourado

Em queda livre rumo ao Inferno



Mais uma semana, mais uma derrota. É esta a triste sina do F. C. Porto nesta época. Ao que parece a culpa é dos postes, como se isso chegasse para explicar a falta de ritmo, de intensidade e de seriedade com que a maioria dos jogadores azuis e brancos encaram cada partida.

Desta feita, na Figueira da Foz, o patinho feio foi Nuno. O guarda-redes, que note-se roubou a titularidade a Helton de forma inteiramente justificada, parece mostrar que o seu período de graça na baliza azul e branca já passou, arriscando seriamente voltar a ser a segunda escolha do “professor” Jesualdo. Frente à Naval, o golo sofrido, da autoria de Daniel Cruz, é inteiramente impensável, quando falamos de um guarda-redes de uma equipa de primeira linha europeia.

A colocação de Nuno neste lance, entre a baliza e a linha da bola, sem cobrir o poste mais próximo, é própria de um guarda redes inexperiente e sem estofo. Não sendo propriamente um jovem, o guardião portista mostrou acima de tudo não ser o jogador que o F. C. Porto precisa para a aquela posição. Uma situação a rever.

De resto, mais uma exibição horrível dos comandados de Jesualdo. Previsíveis, lentos, sem acutilância. Em poucas palavras se resume a última derrota do campeão nacional.
E é com esta embalagem que parte para a Ucrânia, onde defrontará o Dinamo de Kiev. Raul Meireles diz que a equipa “está a viver um período horrível”.

A sinceridade do médio contrasta com a calma e passividade de Jesualdo, que parece querer levar a equipa ao fundo com ele. O técnico deve ser o único a não perceber que o conjunto portista não rende, não consegue solidificar processos, e pior que tudo isto, não consegue vencer jogos.

Quando diz não admitir que ponham o seu lugar no clube em causa, Jesualdo ignora por completo tudo o que está por detrás de si. Um clube, um símbolo regional e nacional, uma massa associativa ímpar. Tudo isto é relegado para segundo plano, devido à teimosia de um “mestre” que tem baralhado tudo e todos nesta época.

Será preciso que o F. C. Porto seja afastado de todas as competições em que está envolvido, para que algo seja feito no Dragão. E muito desse futuro será jogado no decorrer desta semana.

Dinamo de Kiev e Sporting ditarão o futuro de Jesualdo. De uma maneira ou de outra,
os adeptos do F. C. Porto terão motivos para sorrir no final da semana. Com aquele sorriso branco que Jesualdo tanto gosta.

Dragão da semana: Raul Meireles


Por: Flávio Pedrosa