terça-feira, 30 de setembro de 2008

Só eu sei...

Quem vai pagar a factura?



Como adepto do Sporting estive 18 anos sem conhecer a emoção de ganhar um campeonato. Nunca durante essa travessia do deserto perdi o meu fervor clubístico, e posso até dizer que muitas derrotas temperaram e reforçaram as minhas convicções! Isto porque a forma abnegada e estóica com que a equipa insistia em privilegiar um futebol ofensivo em todos os estádios e desafios era por si só uma imagem de marca, uma forma de estar própria e temerária, uma afirmação de vontade que continha em si uma filosofia coerente, mesma que desprovida de resultados práticos.

Já o afirmei na minha última crónica e reforço a ideia: não são as derrotas do Sporting que me entristecem, mas sim as ocasiões em que a equipa entra em campo sem a filosofia explícita de lutar para impor a sua presença, sempre que se mostra expectante e tímida, passiva e submissa!

Paulo Bento tem, desde que ocupa o lugar de treinador do Sporting, o terrível hábito de ser reverente e cauteloso nas deslocações ao Estádio da Luz, atitude que no passado recente já tinha valido ao Sporting empates com sabor a derrota no referido reduto! O que é que tanto medo pode causar a uma equipa consistente e madura, aperfeiçoada pela experiência, diante de um conjunto ainda incoerente e colectivamente imberbe de individualidades dispersas? O certo é que o Sporting pagou com a derrota mais uma aposta na traição à sua identidade, jogando na Luz um desajustado futebol de contenção!

E deixo ainda uma outra nota solta: Rui Patrício é guarda-redes titular do Sporting e não de outra equipa qualquer, e não pode por isso sofrer, em condição alguma, um golo como o que Reyes lhe marcou praticamente sem ângulo! Não quero no entanto, de forma alguma, colocar no jovem guardião a responsabilidade de uma derrota que se ficou a dever à postura e filosofia com que a equipa se apresentou.

À imagem de Mourinho, e porque o futebol pertence ao génio e à audácia, deixo uma pergunta à minha equipa do coração: não deviam os suíços do Basileia, e aquele que dentro de portas tem sido o nosso mais sério rival, o F. C. Porto, a pagar a factura de uma derrota que não passou de um acidente de percurso?

Que este deslize tonifique e amadureça uma caminhada para o título e para uma presença personalizada na mais prestigiada competição mundial de clubes, sem esquecermos nunca quem somos!

Leão da semana: Miguel Veloso

Por: César Paisana Adão

Dragão Dourado

Quando não falar é uma virtude



As presumíveis saídas nocturnas, não autorizadas, de alguns jogadores argentinos mais o médio Pelé, fizeram manchete em alguns diários desportivos. A pouca produtividade da equipa pode ter aqui parte da sua explicação.

Os atletas portistas têm-se apresentado invariavelmente cansados e desligados do jogo. Seja para o campeonato, seja para a Liga dos Campeões, os desafios do F. C. Porto são uma verdadeira afronta àquilo que se pode chamar de bom futebol. Levando a máxima de Marco Fortes a peito (“De manhã é para estar na caminha”), os adeptos azuis e brancos começam a pensar da mesma forma: na primeira parte o melhor é ficar por casa para não apanhar frio. Depois sim, segue-se para o estádio, para apanhar o pouco do futebol que é apresentado pelos dragões.

Depois, e para completar o ramalhete, surge-nos o “mestre” Jesualdo, que mais uma vez perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Todos sabem que, mais tarde ou mais cedo, todas as equipas são beneficiadas/prejudicadas pelas arbitragens. Fazer disso desculpas para o mau início de temporada é cobardia. E mais quando se dão exemplos de jogos em que nem o F. C. Porto é interveniente directo.

Em vez deste discurso minimalista, da desculpabilização, o técnico dos dragões deveria reflectir naquilo que a equipa ainda não é capaz de fazer. Naquilo que a equipa continua frágil. Naquilo que, realmente, interessa no futebol: o jogo.

Se atentarmos nestes factores, constatamos facilmente o seguinte: nos últimos três jogos, o campeão nacional apresentou três laterais esquerdos diferentes; desde o início da época, Lisandro tem estado desastroso na finalização; Rodríguez ainda não se conseguiu encaixar no estilo de jogo portista; e Hélton continua muito inseguro, sem que isso seja “recriminado” pelo próprio Jesualdo Ferreira.

Mas nem só de factores negativos se faz esta análise ao momento azul e branco. Raul Meireles fabricou uma excelente exibição, na última sexta feira, frente ao Paços de Ferreira. Um grande golo e uma assistência abrilhantaram uma exibição que roçou a perfeição. E mais importante que este jogo, percebe-se que o próprio médio está diferente, e para melhor. Menos exuberante, sem necessitar de correr tanto, Meireles mantém a sua enorme capacidade de recuperar bolas, visto possuir um muito melhorado nível de posicionamento em campo. Mais sóbrio, o internacional português confere outro ritmo ao jogo portista, afirmando-se cada vez mais como um elemento fulcral nas transições azuis e brancas.

Além de Raul Meireles, Hulk voltou a marcar. Cerca de vinte minutos em campo bastaram para facturar, coisa que Lisandro não conseguiu. Não quero com isto dizer que o argentino deve ser relegado para o banco em Londres, frente ao Arsenal. Apenas defendo que, em jogos de grau de dificuldade menos elevada, Jesualdo deva apostar mais em outras soluções. Frente ao Paços de Ferreira entraram Lino, Tomás Costa e Farias para o onze. Só que estas alterações produziram outras modificações dentro do próprio estilo de jogo portista. Lisandro, quando descaído para um dos flancos, não rende tanto como no centro do ataque. Seria mais sensato apostar em Candeias ou Guarin, descaindo neste caso Tomás Costa para o lado direito do meio campo, permitindo que “Licha” mantivesse a sua posição predilecta. Mas mais uma vez, o “mestre” mexeu mal as peças, que originou mais uma exibição frouxa do campeão nacional.

Agora segue-se a Liga dos Campeões. A deslocação ao terreno do Arsenal adivinha-se complicada. Nem mesmo a derrota caseira dos “gunners”, na última jornada da Premier League, me faz pensar o contrário. Em dia sim, os “meninos” de Wenger são capazes de vencer qualquer adversário. E mais que vencer, são capazes de “destruir” o oponente. O futebol rápido e apoiado dos ingleses promete ser uma dor de cabeça para Sapunaru e companhia. Veremos como se comporta o tri campeão português.

Dragão da Semana: Raul Meireles

Por: Flávio Pedrosa

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Bola Aparte

Marx para tudo e para todos!

Vamos falar de Marxismo, a religião dos intelectuais! Parece algo anacrónico, mas por todo o lado (onde há vida pensante) se anda a falar de marxismo. Porventura encabeçados por Jacques Derrida (que em 1993 escreve o seu “Spectres de Marx”) são vários os filósofos, sociólogos, historiadores e opinion makers de todas as estirpes que se têm vindo a debruçar intensamente sobre esta corrente do pensamento socialista que tão facilmente triunfou no século XIX, para se ver refutada pelos factos da história e pelo tempo, que nunca trouxe o profetizado armagedão industrial: a implosão do capitalismo, que seria organicamente inevitável devido às suas contradições internas e propensão para o desequilíbrio. Antes assistimos à proliferação selvagem, frequentemente imperialista, destas “democracias liberais” que tão conscensiosamente construímos nesta segunda metade de XX – por nós refiro-me à velha fortaleza Europa e Sr. Uncle Sam - clamando fervorosamente a sua superioridade, ideia por demais risível. Superior a quê? Adequado a onde? Perfeito para quem?

Este ressurgimento do debate em torno do marxismo, esta “Marx-renassaince”, é um fenómeno culto, com centro nas universidades (sobretudo americanas), e, não por acaso, o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa vai realizar um “Congresso Internacional Karl Marx” em 14 e 15 de Novembro, aproveitando a efeméride dos 160 anos do “Manifesto...”. É um fenómeno reflexivo que não parece querer contemplar as experiências políticas que se foram fazendo e fazem, sob a égide do marxismo, e invariavelmente redundam em regimes autocráticos e violentos, dando força à ideia de que partes importantes do aparelho teórico marxista estão hoje empiricamente invalidadas. Interessa mais pensar a perenidade do pensamento marxista na forma em que exercemos a nossa cidadania e nos relacionamos com os poderes.

Trata-se de equacionar a forma como o marxismo, nos seus diversos “espectros”, ainda com as multíplas falências que apresenta - especialmente na sua pretensão à universalidade e intemporalidade - continua a ser uma filosofia de combate à passividade social e ao deficit crítico.

O Marxismo definia claramente a reacção, o conflito (de classes), até a violência como factor de mudança necessário e inevitável na evolução das sociedades. A sua actualidade encontra-se legitimada sempre que, como agora, e com especial validade para o nosso mundo português, lidamos com governos prepotentes e desaconselhados, com políticos de ética duvidosa, apressados em colher o “milho” empresarial que semeiam durante os seus mandatos, e enfrentamos a desmesura dos mecanismos económicos e a sua manipulação, por agentes promiscuamente colocados bem perto do aparelho político, que fazem a sua vilania especulativa de forma declarada, insinuante, um insulto à nossa inteligência.

O nosso mundo pós-moderno neste jovem século XXI, tão preenchido de tecnologia e distração e futilidade, necessita de uma atitude de combatividade crítica – e violenta, se necessário – que obrigue “o homem a um olhar lúcido sobre as suas condições de existência e as suas relações recíprocas” (“Manifesto do Partido Comunista”, 1848) e facilmente encontra esta atitude no Marxismo. Daí a validade deste revisionismo. E com a crise financeira que Nova Iorque tornou bem evidente nestes últimos dias, a politização económica advogada por Marx parece ter toda a pertinência, porque o intervencionismo estatal apenas para evitar o desastre com inoculações de capital é das mais imbecis iniquidades que temos de aturar neste nosso sistema.

O que é certo é que ainda há Marx para tudo e para todos!


Por: Francisco Adão

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Onda Vermelha

Vitória, finalmente



O meu Benfica começou mal a época.
Como se não bastassem os resultados, o Glorioso ainda tem tido algumas lesões, castigos disciplinares e um problema de foro interno com Cardozo.

No que concerne ao Nápoles-Benfica, jogo da primeira eliminatória da Taça Uefa, o meu Glorioso entrou muito bem no jogo, com grande personalidade e ignorando o ambiente hóstil e adverso conseguindo materializar essa superioridade através de um golo do estreante Suazo.

O hondurenho estreou-se logo a marcar. Este ponta de lança parece possuir caraterísticas díspares dos outros avançados do Benfica. É ainda muito cedo para avaliar, mas pelas primeiras impressões parece ter poder de explosão, boa técnica, e não tem medo do “um contra um” em progressão revelando ainda um grande sentido de oportunidade.

Voltando ao jogo, após o golo, tudo o que o Benfica havia feito de bom nos primeiros quinze minutos, se alterou e tornámo-nos numa equipa permeável, sofrendo dois golos consecutivos. Uma situação inadmissível em alta competição.

Em relação à equipa lançada pelo treinador Quique para este jogo é de notar as ausências de Pablo Aimar, por lesão, e do ponta de lança de Cardozo. Katsouranis, em virtude dos erros que cometeu no jogo contra o FC Porto, foi substituído pelo jovem Sidnei, que apesar da tenra idade, continua a realizar exibições convincentes e não foi por ele que o Benfica sofreu três golos. Já Urreta apareceu na equipa mas com uma exibição fraquinha, quer a atacar quer a defender.

Na segunda parte, o treinador Quique, tirou do onze Urreta bastante apagado e lançou Balboa e retirou também o bastante desinspirado Carlos Martins e lançou Katsouranis.

Com estas duas substituições, tornou a equipa mais compacta e melhor defensivamente. Apesar disso sofreu um golo por manifesta infelicidade, pois a bola bateu no defesa Léo, depois de um cruzamento do jogador do Nápoles.
Após o golo do Nápoles, o Benfica passou a controlar o meio campo e mais uma vez de bola parada, através de um livre chegou ao 3-2 por intermédio de Luisão.

O desinspirado Di Maria também foi substituído e entrou o capitão Nuno Gomes e o Benfica pareceu ganhar outra alma. Mas a cerca de um quarto de hora do fim, Suazo foi atingido violentamente com uma pancada e ficou em campo diminuído, o que nos retirou algumas hipóteses de inverter o resultado.

Agora teremos que esperar até ao dia 2 de Outubro e como a esperança é a última a morrer, eu continuo a acreditar “ força Benfica” para a 2ª mão com o estádio cheio. Façamos dele o “ Inferno da Luz”.

Passadas três semanas, em relação ao último jogo do campeonato, paragem bastante discutida nos meios de comunicação social e criticada por alguns treinadores, opinião que eu corroboro, regressou a Liga.

O meu glorioso foi até à “Capital do Móvel” para procurar a primeira vitória oficial desta época.

Nas opções de Quique, realce para a estreia do lateral esquerdo Jorge Ribeiro, o aparecimento de Nuno Gomes, como titular, e de Ruben Amorim, a médio direito, e ainda a estreia, mesmo que forçada, do Miguel Vitor, por impedimento de Luísão, castigado com dois jogos.

No dia em que o treinador do Benfica despiu o fato de gala e vestiu o fato de treino, o glorioso alcançou a primeira vitória em jogos oficais na época 2008/2009. Uma vitória, é verdade, mas bastante sofrida e uma equipa que quer ombrear com os também candidatos ao título Sporting e Porto, não pode sofrer três golos.

Mas o meu Benfica continua a demonstrar grandes fragilidades defensivas e nem o facto de Luisão e Katsouranis não poderem actuar, não desculpa essas fragilidades porque se jogadores como Miguel Vitor e Sidnei fazem parte do plantel têm que ter qualidade.


Em relação ao jogo propriamente dito, o Benfica iniciou a partida muito bem e com grande personalidade, marcando um golo numa jogada típicamente de contra-ataque, bem desenhada por Carlos Martins e Reyes e finalizada por Nuno Gomes.

Na minha opinião, o mais difícil de fazer num campo destes estava feito, isto é, ser a primeira equipa a marcar. Mas nem esse facto o Benfica conseguiu aproveitar e passados poucos minutos sofre o empate depois de uma falha de Reyes, à entrada da área encarnada, que é aproveitada pelo central do Paços de Ferreira, Ozeia.

Mais um golo sofrido pelo Benfica, de bola parada, o que passa a ser um hábito em relação a esta equipa.

Chegámos ao intervalo a vencer solidamente por 1-3. Este resultado parecia indicar uma segunda parte tranquila mas o glorioso em vez de gerir o resultado de forma inteligente, baixou muito a produção e relaxou de tal modo que na conversão de um pontapé de canto por parte do Paços, o guarda-redes Quim ofereceu o golo ao jogador Rui Miguel que agradeceu e não desperdiçou o tremendo erro.

Quim, que ao longo de vários anos sempre demonstrou ser bastante sereno e cometer poucos erros, parece agora acusar a pressão de ser o titular da selecção e parece viver dias menos tranquilos e prova disso é os nove golos sofridos em apenas três jogos. Espero que esta situação seja ultrapassada pelo guardião rapidamente.

Depois do Benfica passar por vários sobressaltos, o estreante defesa esquerdo, Jorge Ribeiro, sacudiu um pouco a pressão a que o Benfica esteve sujeito com um portentoso remate de fora da área. Parecia o fim do sufoco mas o Paços ainda voltou a marcar.

As substituições de Quique não tranquilizaram em nada o Benfica, passando o jogo em constante sobressalto e com pouca segurança. Nem Aimar, nem Balboa, nem Di Maria trouxeram grandes mudanças.

O marcador não voltaria a sofrer modificações apesar do Benfica ainda ter passado por alguns calafrios com mais uma má intervenção do guarda-redes Quim a defender para a frente e por muito pouco que na recarga o Paços não chegou ao empate.

Águia da semana: Nuno Gomes


Por: António Pereira

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Taça de Portugal

Dezenas de equipas, um único objectivo: chegar ao Jamor


Decorreu hoje o sorteio da 3ª. eliminatória da Taça de Portugal. FC Porto, Sporting e Benfica ficaram a conhecer os seus adversários.
O FC Porto de Jesualdo repetirá o duelo com o Sertanense, da III Divisão. Já na temporada transacta os dragões tiveram de se haver com a equipa beirã, orientada por Eduardo Húngaro.
O Sporting, detentor das duas últimas edições da prova, irá até à cidade do Liz para defrontar a União de Leiria, uma equipa que na pretérita temporada não quis abandonar a Primeira Liga sem antes aplicar “chapa 4” a Paulo Bento.
Do lado encarnado, Quique Flores fará a sua estreia na prova, no seu reduto frente ao Penafiel, da II Divisão Nacional.

O sorteio ditou que as equipas da Liga Sagres não se encontrassem. Mais a baixo, na Liga Vitalis, Sp. Covilhã vs FC Varzim e Vizela vs Estoril-Praia são os encontros que opõem formações deste escalão.

A visita do Sp. Braga a Chaves fez sobressair um sentimento nostálgico a quem acompanhou o sorteio. A reedição deste duelo entre as equipas de Karoglan será certamente um dos atractivos desta ronda.

A deslocação do Rebordosa, da III Divisão, à Mata Real promete um desafio frenético entre vizinhos que há muito não se defrontavam.

As partidas referentes a esta ronda serão disputadas no fim-de-semana de 19 de Outubro, sendo certo que o Sertanense vs FC Porto será realizado a 18 de Outubro, por força do compromisso azul-e-branco para a Champions League.
A 18 de Outubro terão também lugar os encontros a realizar por equipas açorianas, em virtude das eleições regionais marcadas para o dia seguinte.

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Quadro Completo

Aliados Lordelo (II) - Trofense (L)

Amares (III) - Belenenses (L)

Arouca (II) - Marítimo (L)

Desp. Aves (H) - Gândara (III)

Beira-Mar (H) - Atlético Reguengos (II)

Benfica (L) - Penafiel (II)

Boavista (H) - Lousada (II)

Boavista S. Mateus (III) - Naval 1.º Maio (L)

Chaves (II) - Sporting Braga (L)

Sporting Covilhã (H) - Varzim (H)

Esmoriz (II) - Maria da Fonte (II)

Estrela Amadora (L) - Operário (II)

Fabril Barreiro (III) - Olivais e Moscavide (II)

Fátima (II) - Feirense (H)

Gil Vicente (H) - Rio Ave (L)

Leixões (L) - Caniçal (II)

Nacional (L) - Angrense (III)

Olhanense (H) - Valdevez (II)

Paços Ferreira (L) - Rebordosa (III)

Paredes (III) - Cinfães (III)

Portimonense (H) - Pinhalnovense (II)

Sanjoanense (II) - Gondomar (H)

Santana (II) - Odivelas (II)

Sertanense (III) - FC Porto (L)

Torreense (II) - Académica Coimbra (L)

União Leiria (H) - Sporting (L)

União Madeira (II) - Camacha (III)

Vitória Setúbal (L) - Ribeirão (II)

Vitória Guimarães (L) - União de Lamas (III)

Vizela (H) - Estoril Praia (H)

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Só eu sei...

"Arrumar a casa de vez"

Foto: sporting.pt


Se esta crónica é um balanço da vida semanal na casa do Sporting, começo por fazer algumas arrumações e identificar de vez o que está podre e possui prazo de validade caducado. E a paciência esgotou-se de vez para a pestilência da já gasta tragicomédia dessa espécie de génio incompreendido chamado Vukcevic, que além de não agradecer ao Sporting a sua improvável ressurreição futebolística, desgasta continuamente a serenidade necessária ao balneário e ameaça infantilmente com a sua saída dia após dia.

Pois alguém explique a este amuo em forma de jogador uma regra básica de mercado, de preferência com recurso a uma ilustração: enquanto não houver uma espécie de Futebol Clube Vukcevic (onde o avançado jogue sempre, com o ombro deslocado ou não, e em todas as posições) que dê 20 milhões de euros ao Sporting, o jogador tem que treinar e respeitar o clube que lhe paga!

A culpa não será somente dele mas também de quem lhe fornece espaço e tempo para falar, nem que seja no próprio dia de um jogo importante para o clube, e com honras de capa...

Associado a estas novelas temos de aturar diariamente um factor crescente do futebol moderno, ou seja a ingerência dos empresários nos assuntos dos clubes. E se não é o de Vukcevic a reclamar mais minutos de jogo para o representado, é o de Miguel Veloso a colocar o centro-campista no Manchester e no Arsenal em Janeiro. A chantagem e os jogos de desgaste não vingarão neste clube!

Em Barcelona as minhas expectativas foram absolutamente defraudadas, e o Sporting mostrou-se amedrontado, despersonalizado e permeável. A equipa foi demasiado reverente e exibiu uma postura defensiva precária, e em termos ofensivos não soube aproveitar os espaços. Deixo aqui bem vincada uma posição que é pessoal e relativamente polémica, e que qualquer um será livre de criticar: preferia que o Sporting tivesse sofrido uma derrota ainda mais pesada mas que tivesse mostrado audácia, arrojo e coragem de discutir de igual para igual, com uma das melhores equipas do mundo, cada lance do jogo! Porque é aos audazes que a sorte protege!

Contra o Belenenses assisti a mais uma exibição pragmática e constante, desprovida de brilhantismo mas eficaz. Ausentes do jogo estiveram Rochemback e o critério disciplinar de Elmano Santos!

Leão da Semana: Hélder Postiga


Por: César Paisana Adão

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vitória em Caxarias

Atlético entra na linha

Rapha (à esq) e Dércio (à dta) foram apostas para o segundo tempo

CCD Caxarias 1-3 Atlético Ouriense

(Pulga; Ricky, Patrício (pb) e Ribeiro (gp))

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CCD Caxarias e Atlético Ouriense despediram-se, ontem à tarde, da Taça do Ribatejo.
As duas formações partiam para a derradeira jornada sem qualquer hipótese de passagem à próxima fase da competição. Depois de dois resultados negativos, ambos os conjuntos tinham uma oportunidade de sair de cara lavada do torneio.

A pressão estava do lado oureense. Com efeito, o Atlético Ouriense tinha obrigação de levar de vencida a equipa da casa. Cerca de meia centena de espectadores assistiam na bancada do Campo da Chã a um derbie regional que há muito não acontecia.

A turma de Carlos Gonçalves entrou em campo com algumas alterações em relação ao último encontro. Bolinhas, Martins e Micka foram substituídos no onze por Moreira, Ricardo Ferreira e Ricky. E as mesmas parecem ter resultado em cheio pois o Atlético entrou a todo o gás no desafio.

A partida teve um início supersónico. Logo no primeiro minuto, Ricky surge isolado perante Marco e remata de forma desfigurada mas o desnorte do guarda-redes permitiu a festa do jovem atacante. Entrava bem o Atlético, descomplicando aquele que poderia ter sido um jogo mais complicado.

O guardião Marco viria a redimir-se aos 12 minutos quando negou por duas vezes o golo aos oureenses. Primeiro a defender um remate de Ricky que voltou a isolar-se após uma solicitação soberba de Moreira, depois ao enviar para canto a recarga de Ricardo Ferreira.

O Atlético andava perto de aumentar a vantagem mas foi o CCD Caxarias quem quase chegou à igualdade. Aos 14 minutos Edgar, extremo esquerdo da equipa de Vítor Romero, rematou forte e colocado mas era a hora de também Tomé brilhar. O jovem keeper realizou uma defesa arrepiantemente fabulosa com a bola a sobrar para Bruno que rematou para nova intervenção apertada do guarda-redes.

À passagem da meia hora de jogo, Dino bateu um livre na esquerda do seu ataque. A bola sobrevoou a área e foi ao encontro de Patrício, centro campista da casa, que na tentativa de sacudir o perigo, acabou por trair a sua equipa fazendo um auto golo.

O Atlético conseguia afastar a ansiedade que se tem apoderado da sua equipa e vencia com mérito mas por uma margem algo injusta para o CCD Caxarias.

Contudo, 4 minutos volvidos surge o golo da formação da casa. E que golo. Na ressaca de um lançamento de linha lateral, na esquerda do seu ataque, a redondinha sobra para Pulga que, à entrada da área oureense, aponta um autêntico míssil à baliza de Tomé que nem com anti-aéreas a conseguiria suster. Grande golo do jogador tomarense, este ano ao serviço do CCD Caxarias.

O golo caxariense ajustou o resultado à prestação das duas equipas durante o primeiro tempo. O Atlético chegava ao descanso a merecer vencer e o CCD Caxarias justificava plenamente o tento obtido.

A segunda metade do desafio trouxe novidades no seu início. Carlos Gonçalves fez duas alterações na sua equipa. Retirou Moreira e Dino, lançando Dércio e promovendo a estreia de Rapha. Um debute aziago para o jovem médio que viria a ter de sair, 10 minutos depois, devido a uma lesão na coxa direita. Rapha deu o seu lugar a Micka que voltava à equipa, depois da titularidade nos primeiros encontros.

O segundo tempo do encontro foi bastante mais monótono do que o primeiro. Aos 57 minutos, Vítor Romero decide lançar Caetano para o lugar do defesa lateral Periquito. O jovem atacante, um dos muitos jogadores formados no Atlético e que hoje defrontaram o seu velho emblema, deu alma nova ao ataque dos rubro-negros, que ontem até jogavam de branco. Os poucos lances de perigo saíram dos seus pés.

Aos 75 minutos, Nuno Sousa quase comprometia ao não conseguir afastar convenientemente uma bola perdida na sua esquerda defensiva. Porém, Gonçalo rematou forte mas deslocado da baliza oureense.

À passagem do minuto 83, Ricky é tocado na área por Nélson. Ao invés de grande penalidade e consequente amarelo para o capitão da casa, que seria o seu segundo, Adelino Crespo preferiu admoestar o atacante de Ourém com cartolina amarela por pretensa simulação. Mal o jovem árbitro, carteiro de profissão.

Muito perto do derradeiro apito do inseguro Adelino Crespo, o keeper Marco, na tentativa de afastar uma bola de Dércio, embateu violentamente contra o seu central João Filipe e o médio do Atlético. Adelino Crespo não hesitou em apontar castigo máximo e cartolina de expulsão para o guarda-redes, considerando que o guarda-redes agrediu voluntariamente Dércio.

Foi já com o guardião suplente André na baliza que Pedro Ribeiro bateu o penaltie que se traduziu no terceiro golo do Atlético. Foi a estreia a marcar do polivalente atacante ao serviço dos oureenses. Até final do jogo o Atlético ainda se viu diminuído a dez jogadores pois Ricardo Ferreira saiu lesionado quando estavam esgotadas as substituições para a sua equipa.

Chegava ao fim a partida, com um triunfo justo do Atlético Ouriense. A equipa de Carlos Gonçalves conseguiu finalmente a sua primeira vitória oficial. O encontro serviu essencialmente para os jogadores oureenses contrariarem a pálida imagem que têm dado de si.

Missão cumprida com destaque para as evoluções positivas nos sectores que apresentavam mais carências na equipa: a falta de coesão defensiva e a escassez de eficácia do ataque. O Atlético surgiu mais forte no sector recuado com destaque para as melhorias de entendimento apresentadas por Canário e Tiago Faria. Quanto ao ataque, realce para Ricky que voltou a marcar, se bem que de uma forma muito pouco ortodoxa.

Do lado caxariense, saliente-se o comportamento de homens como Nélson, Patrício ou Edgar que deram o mote aos colegas, no que concerne à atitude a ter em campo. Um aparte apenas para Caetano, um jogador que destoa claramente dos demais companheiros. A não inclusão nos titulares causou estranheza e o jovem tratou de mostrar os seus atributos em apenas 33 minutos em campo.

O juiz da partida não passa incólume pois voltou a desperdiçar uma ocasião para provar se tem vocação para estas andanças. Bem apoiado pelo seu par de auxiliares, insistiu em complicar o que não era complicável. Uma actuação bastante insegura e ao sabor das vontades distintas dos jogadores.

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FICHA

Campo da Chã, Caxarias
Árbitro: Adelino Crespo
Árbitro Auxiliar (bancada): Gonçalo Freire
Árbitro Auxiliar (peão): Fábio Godinho

CCD Caxarias
Marco; Periquito (Caetano, 57m), Taró, João Filipe, Luís; Nélson (cap), Patrício, Gonçalo; Pulga (André, 90m), Edgar (Cipriano, 66m), Bruno.

Não utilizados
João, Rui, Tiago e Vítor Jorge

Disciplina
Amarelos: Pulga e Nélson
Vermelho: Marco

Golo
Pulga

Treinador
Vítor Romero
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Atlético Ouriense
Tomé; Tordo, Tiago Faria, Canário, Nuno Sousa; Célio, Dino (Rapha, int (Micka, 55m)), Pedro Ribeiro; Ricky, Moreira (Dércio, int), Ricardo Ferreira.

Não utilizados: Bruno Torres, Pimenta, Martins, João António

Disciplina
Amarelos: Tiago Faria, Ricardo Ferreira e Ricky

Golos
Ricky, Patrício (pb) e Pedro Ribeiro (gp)

Treinador
Carlos Gonçalves


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Dragão Dourado

Rio de desilusão

Foto: J.A. Miranda/Lusa

A semana que passou trouxe um Futebol Clube do Porto incrivelmente passivo. Nem mesmo a vitória para a Liga dos Campeões, frente ao Fenerbahçe, veio acalmar as preocupações dos adeptos portistas.

A tremedeira defensiva da última quarta feira deu lugar a uma gritante incapacidade portista em criar situações de golo em Vila do Conde.

É certo que jogar contra uma equipa que desde o início colocou os seus onze jogadores atrás da linha do meio campo é sempre difícil, mas a passividade azul e branca foi por demais evidente.

A jogar a passo, o F. C. Porto desperdiçou por completo os primeiros 45 minutos da partida. Já presenciei a treinos com mais intensidade do que aquela vista na primeira parte do jogo no Estádio dos Arcos.

A segunda parte foi um pouco mais movimentada, mas a inoperância portista foi por demais evidente.

Mariano Gonzalez esteve mais uma vez muito apagado, o que me faz perguntar: Porquê continuar a apostar num jogador que demonstra total incapacidade de acrescentar o que quer que seja ao jogo ofensivo da equipa?

Ser chamado à selecção argentina não chega para ser titular nos dragões. Nunca me irei esquecer que o brasileiro Gladstone, suplente do também brasileiro Anderson Polga, foi chamado à selecção Canarinha, em detrimento do segundo. E não foi por isso que não deixou de ser dispensado por Paulo Bento no final dessa mesma época.

Mas nem tudo foi mau em Vila do Conde. O conjunto portista apresentou uma maior solidez defensiva, o que também não era difícil depois do quase nulo caudal ofensivo do Rio Ave.

O pior foi mesmo a linha atacante, que fez com que os azuis e brancos não tenham conseguido chegar ao golo. Apesar das duas bolas enviadas aos postes da baliza de Paiva, a realidade é que o F.C. Porto foi lento, previsível e pouco audaz.
Já são quatro os pontos que separam os dragões do Sporting. E perder pontos com o Rio Ave é sempre mau para quem, como o F. C. Porto, quer ser campeão nacional.

Dragão da Semana: Lucho Gonzalez

Por: Flávio Pedrosa


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Bola Àparte

"Signor Fellini vogliamo lavorare seriamente?"




Vou continuar no cinema, mas para a semana prometo política. Mas não podia deixar de falar disto. Depois de uma longa espera que conseguiu exasperar o mundo cinéfilo, saiu finalmente o “Livro dos Sonhos” de Federico Fellini. Largamente anunciado após a sua morte, em 1993, não teria sido publicado mais cedo por dissensões entre os diversos herdeiros do mestre – que só posso imaginar como uma matilha de rapaces da pradaria, secundados por uma horda de advogados, a rasgarem com os dentes a presa fácil que foi o enorme legado deste gigante do cinema (e da arte, e do mundo, e de tudo, e da constante emoção tragicómica que é a vida... Desculpem, mas quando se trata deste senhor não consigo deixar de cair na panegírica).

Este livro combina dois volumes, que até agora tinham estado fechados num banco em Rimini, cidade natal do realizador, foi finalmente comprado pela Fundação Fellini, até à data bem presidida por Vittorio Boarini. Os objectos foram avaliados em cerca de 750 mil euros e não terá sido menos que os ditos abutres levaram para casa. Quem, como eu, tem na sua imagética a presença regular e fantasmagórica do cinema de Fellini, em todas as suas singelas e monstruosas facetas, até ao ponto de quase não conseguir exprimir o livre curso da sua imaginação sem recorrer à gramática felliniana, achará esta quantia quase insultuosamente baixa. (Alguém tem prestado atenção ao mercado da arte nos últimos tempos? O artista inglês Damien Hirst vendeu um total de 125 milhões de dólares no seu leilão na Sotheby’s. O homem é bom, e eu gosto de animais conservados em formol tanto como o próximo, mas isto é obsceno!)

“Il Libro dei Sogni” é o registo em desenhos e letras, feito pelo próprio realizador (que em jovem queria ser pintor), dos seus sonhos, feito sistematicamente, logo depois de acordar, começando nos inícios da década de 60 até aos anos 80, altura em que o seu cinema se afasta marcadamente da influência neo-realista de Rosselini para se lançar num consciente e simbólico onirismo. Esta sua iniciativa dever-se-á à terapia de psicanálise junguiana a que o realizador nesta época se entrega, com o famoso psiquiatra Ernst Bernhard. São mais de 500 páginas de descrições e desenhos com canetas de feltro que aqui vemos facsimilados, a abertura directa para uma das mais fascinantes psiques que o cinema jamais nos revelou. Vemos as suas personagens, arquétipos e colaboradores a fazerem aparições constantes no palco do seu subconsciente; as suas mulheres, nas suas diversas formas –a mãe e a prostituta, a inocente e a lúbrica, as gordas e as elegantes – tanto lhe preenchem os sonhos, como o perseguem em pesadelos. Loren, Mastroiani, Visconti e a belíssima Claudia Cardinale estão lá também, assim como o Papa João Paulo II (que, enquanto cardeal se ha havia insurgido contra o niilismo de “La Dolce Vita”) que sobe num balão com o realizador para verem uma beldade do tamanho de um dirigível, de cuja respiração derivam as nuvens. Em criança, Fellini deu o nome de quatro salas de cinema aos quatro cantos da sua cama, e para ele “o espetáculo começava assim que fechava os olhos”. É um privilégio ver assim os sonhos de um sonhador profissional. Trata-se da maravilha do fantástico, da emoção vital mesclada com o real pelos insondáveis processos de reajuste da memória humana durante o sono do mestre. Trata-se do maravilhoso e É MARAVILHOSO!


Por: Francisco Adão

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Onda Vermelha

"Cardozo e a competiçãozita"



Mais uma semana passou e competição… nada. Concordo plenamente com o Paulo Bento quando disse que era inadmissível a existência de um interregno tão grande, em vésperas de se iniciarem as competições europeias. Bem sei que são as contingências da redução do nosso campeonato a 16 clubes.
Mas faça-se esta pausa noutra altura.

A semana que passou trouxe mais um caso de indisciplina no nosso plantel. Falo obviamente de Cardozo. Mas será que o nosso maior artilheiro foi mesmo insurrecto para com Quique? Pelo historial do jogador sou forçado a duvidar. Tem a folha limpa. Ou tinha…

Aquilo que sei é que o Tacuara vinha de viagens de avião com durações superiores a 20 e tal horas. Chegou e foi direitinho ao treino. Não se aplicou? Eu estou a ver o Aimar ou o Reyes, em situação semelhante… é que nem treinavam. E, aposto, com autorização da SAD.

O que não posso deixar passar em claro é que o Quique, desde que chegou, anda constantemente à procura de um motivo para relegar Cardozo para o banco… ou bancada. Primeiro disse que ele era dispensável. Depois começou por não o utilizar, apelidou-o de ponta-de-lança “estático” e só o integrou no onze, aquando do Torneio de Guimarães.

Vamos lá ver se se entendem! O que não queremos é ficar privados de alguém que vale 20 golos por época.

Amanhã começamos a nossa participação na UEFA. Não é na competição que desejamos mas é a possível. Tudo faremos para seguir o mais longe possível e quiçá vencer.

Sei que esta entrada na Taça UEFA tem sido motivo de chacota por parte dos nossos rivais internos. Tal como também sei que esta competição não presta nem tem qualquer valor. Excepto quando ganha pelo FC Porto de Mourinho. Aí é festa até de manhã e anos e anos de bajulação. Estranho…

Vamos até Nápoles, ao San Paolo. Estádio mítico de um clube feito de gentes esquecidas e renegadas por todo um país. Um palco que viu evoluir o melhor futebolista do mundo de todos os tempos. Maradona transfigurou o Nápoles. A sua magia elevou o clube à escala mundial. Acompanhado de Alemão, Carnevale ou Careca, o astro argentino deliciou tudo e todos.

Recordo que o Nápoles de Maradona também venceu esta competição que não tem valor…

Amanhã lá estaremos para ver o nosso Benfica entrar com o pé direito na UEFA.
Força rapazes!


Por: Vasco Ferreira

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Só eu sei

"Tempo de crescer"
Em 86/87 o Sporting venceu o Barcelona em Alvalade por 2-1. Porém, os blaugrana haviam vencido por 1-0 na primeira-mão.

Não será de todo o estilo desta crónica o ataque a emblemas rivais do Sporting, mas a verdade é que não podem passar em claro as guerrilhas pelo poder do futebol português que com especial mesquinhez têm oposto Benfica e F. C. Porto nos últimos tempos, como se o futebol fosse mais do que o futebol em si, essa maravilha em estado bruto!

Quero da minha parte deixar bem claro que os adeptos do Sporting estarão atentos e saberão falar a uma só voz caso o clube se veja prejudicado pelos efeitos colaterais desta disputa.

O mediatismo das habituais guerrilhas tem trazido ofuscado todo um rol de discussões verdadeiramente mais importantes, como é o caso da vergonhosa falta de sensatez evidenciada na calendarização das principais provas do futebol nacional, que vão permitir que os nossos principais clubes tenham o seu baptismo de fogo nas competições europeias desta temporada na sequência de um interregno competitivo superior a duas semanas!

Mantenho a secreta esperança de que o Sporting faça em Camp Nou um jogo de viragem na sua própria história, um jogo de charneira no seu próprio destino, reclamando um lugar sério e consistente entre a elite do futebol europeu! Para tal, a equipa deverá apresentar-se na convicção de que só com elevadíssimos níveis de concentração e vontade é possível vencer este colosso, nunca se sentindo iludida pela propalada e suposta crise que o Barcelona atravessa. Quem viu no passado fim-de-semana a geometria de Iniesta, a arte e classe de Messi e o poder físico e técnico omnipresente de Daniel Alves a sufocarem e subjugarem por completo a equipa do Racing Santander, saberá que o empate final mais não foi do que um ilusório golpe de sorte!

Já que confidenciei neste espaço a minha fé de que este ano traga ao Sporting um convívio sólido entre os maiores clubes do mundo, faço ainda menção a um último pormenor. Não me esqueço de como no último ano, no Olímpico de Roma, quando o conjunto da casa acabara de ganhar vantagem através de um brinde da defesa do Sporting, desapareceram súbita e misteriosamente todos os apanha-bolas do recinto.

Já em Alvalade, contra a mesma equipa, e quando o Sporting procurava segurar uma vantagem conseguida com um golpe de génio futebolístico, a Roma dispôs de forma célere de todas as bolas que iam saindo do rectângulo de jogo. Que não fique aqui subentendido um apelo primário ao anti-jogo, mas que fique bem claro que cultura desportiva em alta competição significa experiência e atenção ao detalhe!

Por: César Paisana Adão

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Atlético desilude

CDSC Cercal 2-1 Atlético Ouriense

(Márcio Relvas, 2; João António)


Pedro Ribeiro continua sem sorte enquanto que Leandro e Dércio estiveram ausentes.

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A equipa do Cercal recebeu o Atlético Ouriense no Campo dos Barreiros. Perante cerca de 60 espectadores as duas formações mostraram um futebol muito combativo mas insosso e pouco esclarecido. A sorte saiu à equipa anfitriã que revelou um nível de eficácia superior ao dos visitantes.

O jogo começou de forma intensa. A primeira grande oportunidade do desafio surgiu logo aos 6 minutos quando Diogo aproveitou uma falha de Tiago Faria e se viu isolado perante Tomé. Valeu aos oureenses a vontade do atacante da casa em adornar o lance com um chapéu, de aba curta, que não iludiu o jovem guardião.

A resposta não demorou a chegar. Aos 14 minutos Pedro Ribeiro dentro da área, entregou a Martins um golo de bandeja mas o remate do 22 do Atlético saiu ao lado da baliza de Paulo Ferreira.

O jogo estava bastante divido com o Atlético a praticar um futebol apoiado e a conseguir assustar os homens da casa, sobretudo através de lances de bola parada onde o guardião Paulo Ferreira causou enormes calafrios aos seus companheiros. Quanto à equipa da casa jogava o seu futebol típico com muitos lançamentos para as costas da defesa oureense, onde Tiago Faria e Canário nunca se entendiam e permitiam, aos homens do Cercal, ataques rápidos e perigosos à baliza de Tomé.

Estavam decorridos 21 minutos quando surgiu o primeiro golo do desafio. Márcio Relvas, ponta de lança da casa, aproveitou mais um erro de Tiago Faria que não conseguiu controlar a bola numa jogada inofensiva. Perante o desprotegido Tomé, Relvas rematou para o fundo das redes.

Foi um golo que não espantou quem assistia ao encontro. As sucessivas falhas defensivas do Atlético faziam adivinhar o pior.

E o pior não voltou a acontecer logo de seguida porque o juiz Pedro Ferreira fez vista grossa a uma carga de Nuno Sousa sobre Fabrício, no interior da área dos visitantes. Grande penalidade clara que ficou por marcar.

O Atlético voltou a reagir e aos 26 minutos esteve novamente perto de marcar. Em esforço, o capitão Célio isolou Pedro Ribeiro. Porém, o avançado não conseguiu bater Paulo Ferreira, rematando ao lado, apesar da saída atrasada do guarda-redes.

Os comandados de Carlos Gonçalves lutavam arduamente pela igualdade mas foi a equipa do Cercal quem esteve perto de voltar a concretizar. Aos 38 minutos Renato bate um livre descaído para a direita do seu ataque. Tomé respondeu ao pontapé do esquerdino com uma enorme intervenção. Deste lance saiu um pontapé de canto que resultou num bom remate de Diogo que, de cabeça, só não celebrou porque Tordo salvou sobre a linha.

Já perto do intervalo, Dino de livre directo sobre a sua esquerda, enviou um remate à barra de Paulo Ferreira.

A segunda metade do encontro começou com três alterações. Uma para o Cercal e duas para o Atlético.
Carlos Gonçalves retirou Canário e Bolinhas e lançou João António e Ricky, alargando a sua frente de ataque.

As alterações quase surtiam efeito quando Ricky, aos 46 minutos rematou ao poste da baliza de Paulo Ferreira. Foi a segunda bola no ferro por parte dos visitantes. Depois foi João António a cheirar o golo com um remate desviado, com muita sorte à mistura, pelo guardião da casa, estavam decorridos 58 minutos.

À passagem do minuto 68, Tiago Faria lesionou-se na disputa de um lance. O central foi forçado a sair do encontro, sendo substituído por Francisco Moreira.

O mesmo Francisco Moreira viu-se mais tarde ligado ao segundo golo do Cercal. O 2-0 surgiu aos 75 minutos quando Márcio Relvas conseguiu passar sem dificuldades por Nuno Sousa e Tordo. Tomé demorou a sair os postes e Relvas rematou cruzado, com Moreira a ser o último a tocar na bola que, no entanto, seguia claramente para as redes da baliza.

O resultado castigava a inoperância da equipa do Atlético que defendia mal e atacava sem rigor. Aos 78 minutos, Nuno Sousa teve tudo para fazer o golo. A defesa cercalense parou à espera de um off-side e deixou que Nuno se isolasse. Contudo, o defesa oureense facilitou rematando frouxo ao lado.

O golo do Atlético Ouriense chegou apenas aos 83 minutos. Pedro Ribeiro aproveitou uma posição irregular para rematar contra Paulo Ferreira. A bola andou pelo ar e depois de alguns passes de cabeça no interior da área, João António cabeceou para o fundo da baliza.

Até ao final do desafio assistiram-se a inúmeras paragens para assistência aos jogadores da casa que, desta forma foram conseguindo resistir às últimas investidas do Atlético.

O 2-1 final é um resultado penalizador para a equipa da Divisão de Honra. O Atlético Ouriense tinha obrigação de conseguir muito mais frente ao modesto mas aguerrido Cercal.

A equipa de Carlos Gonçalves surgiu desfalcada de Torres, Dércio, Leandro e Marco mas estas ausências não podem servir de desculpa para o fraco rendimento apresentado.
Não é de todo compreensível que uma equipa apresente tamanho caudal ofensivo, conseguindo criar cerca de 10 oportunidades de golo e concretize apenas uma.

Ainda não foi desta que a turma de Ourém se estreou a vencer em partidas oficiais. Cabe ao grupo voltar ao trabalho de forma a limpar a má imagem patenteada.

Dos dois jogos realizados estamos em crer que o adversário mais difícil do Atlético Ouriense foi… o próprio Atlético Ouriense.

Os jogadores tardam em conseguir libertar-se e pôr em prática um futebol mais eficaz.

Este resultado cola o Cercal ao primeiro lugar do grupo, partilhado com o Vilarense. Já a formação do Atlético fará a sua despedida na próxima jornada, no Campo da Chã, frente ao CCD Caxarias.

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Ficha

Campo dos Barreiros, Cercal
Árbitro: Pedro Ferreira

CDSC Cercal: Paulo Ferreira; Ribeiro, Fábio Filipe, Pereira, Renato; Tiago Pereira, Baptista (Ferreira, int), Fabrício (Lebre, 62m), Diogo, Mauro (Telmo, 76m); Márcio Relvas.

Não utilizados: Gomes, Miguel Pereira, Jorge, Mendes.

Disciplina

Amarelos: Mauro, Lebre e Pereira

Treinador: Aníbal Sousa


Atlético Ouriense: Tomé, Tordo, Canário (Ricky, int), Tiago Faria (Moreira, 68m), Nuno Sousa; Micka, Célio (cap), Dino; Bolinhas (João António, int), Martins, Pedro Ribeiro.

Não utilizados: Pimenta, Denny, Rapha.

Disciplina
Amarelo: Tordo

Treinador: Carlos Gonçalves

Taça do Ribatejo


GD Samora Correia goleou

Decorreu ontem a 2ª jornada da fase de grupos da Taça do Ribatejo.
A surpresa da ronda residiu na vitória caseira do CDR Cercal sobre o Atlético Ouriense. A equipa da sede do conselho fica assim de fora da próxima fase.

Resultados e Classificações

Grupo 1
Samora Correia 6-0 Barrosense
AREPA 0-0 Benavente (3-4 g.p.)

1. Samora Correia…4
2. AREPA…4
3. Benavente…2
4. Barrosense

Grupo 2
Glória 2-1 Marinhais
Amigos Coruche 0-1 Salvaterrense 1

1. Salvaterrense…4
2. Glória…4
3. Marinhais…0
4. Amigos de Coruche…0

Grupo 3
Vilarense 2-1 Caxarias
Cercal 2-1 Atlético Ouriense 1

1. Vilarense…6
2. Cercal…6
3. Atlético Ouriense…0
4. Caxarias…0

Grupo 4
Mouriscas 0-9 Mação
Folga: Pego

1. Pego…3
2. Mação…3
3. Mouriscas…0

Grupo 5
Tramagal 0-2 Alferrarede
Folga: Bemposta

1. Bemposta…3
2. Alferrarede…3
3. Tramagal…0

Grupo 6
Alcanenense 3-1 Mindense
At. Pernes 2-7 Amiense

1. Amiense…4
2. Alcanenense…4
3. Mindense…3
4. Atl. Pernes…0

Grupo 7
Ferreira do Zêzere 0-1 Linhaceira
Atalaiense 2-2 U. Tomar (4-5 g.p.)

1. União Tomar…4
2. Linhaceira…4
3. Atalaiense…2
4. Ferreira Zêzere…0

Grupo 8
U. Almeirim 4-1 Ág. Alpiarça
Goleganense 1-1 Fazendense (3-5 g.p.)

1. Fazendense…4
2. União Almeirim…3
3. Goleganense…2
4. Águias Alpiarça…1

Grupo 9
Ferróviários 0-5 Riachens
Meiaviense 1-2 Assentiz

1. Riachense…6
2. Assentiz…3
3. Ferroviários…0
4. Meiaviense…0

Grupo 10
Ouriquense 1-1 Pontével
Folga: Moçarriense

1. Ouriquense…2
2. Moçarriense…1
3. Pontével…1

Dragão Dourado

"Atacar com outras armas"

Foi uma semana tranquila, aquela vivida no reino do dragão. Longe dos holofotes da controvérsia, que insistentemente vêm iluminando a caminhada dos seus rivais, o F. C. Porto continua a preparação para a primeira jornada da Liga dos Campeões, frente aos turcos do Fenerbahçe.

Por falar em Fenerbahçe, a equipa turca chega à Invicta com a moral em baixo, depois da derrota frente ao modesto Hacettepespor. O golo inicial do brasileiro Alex (20”) não chegou para guiar os comandados de Aragonês à vitória. Para além da derrota, destaque para a expulsão do guarda-redes Volkan, que em pouco mais de cinco minutos viu dois amarelos e foi mais cedo para os balneários. Mais um sinal da instabilidade vivida por estes dias no clube turco, que em três jornadas do campeonato local soma apenas uma vitória. Muito pouco para um candidato ao título.

Já o professor Jesualdo Ferreira tem praticamente todo o plantel à disposição para este importante desafio. Fucile está castigado, e deverá ser substituído no onze por Benitez.

Expectativa ainda para ver como o técnico portista irá ordenar as peças a meio campo. Se vai manter o esquema da Luz, com quatro médios, ou irá voltar ao característico 4-3-3. Sem Quaresma, os azuis e brancos poderão mesmo utilizar o 4-4-2 mais frequentemente. Um médio mais defensivo, auxiliado por uma linha de três médios. Na frente de ataque, Rodriguez no apoio directo ao argentino Lisandro Lopez.

De facto, é nisto que o plantel do F. C. Porto está diferente, para melhor, do que no ano passado. É quase impossível avançar com um onze provável, porque os jogadores são muitos, e todos eles com qualidade de entrar no onze inicial a qualquer momento. Mesmo não tendo a qualidade de Bosingwa, a eficiência de Paulo Assunção e a irreverência de Quaresma, os campeões nacionais jogam com outro tipo de armas. Todas com qualidade para repetir os êxitos passados.

No mais, destaque para a derrota surpreendente da selecção nacional AA frente à Dinamarca. Um autentico pesadelo. Já os sub-21 não surpreenderam nada: a mesma pobreza franciscana, que vêm apresentando há já largos meses. Urge-se em estruturar de forma eficiente as selecções mais jovens nacionais, bem como melhorar a comunicação entre os diferentes escalões.

Já Lucho González deu uma entrevista bastante esclarecedora. Confiante, o argentino diz-se feliz no Porto. Não negou a sua intenção de sair no início da época, mas sempre disse que nunca forçou o clube a nada. No tema das saídas, foi bastante claro: Assunção faz mais falta que Quaresma. Não entrando no âmbito táctico da questão, fica aqui bem patente o ambiente vivido no balneário portista. Apesar da saída atribulada do trinco brasileiro, Lucho prefere desvalorizar a saída do extremo português, como que condenando o seu papel em todo este processo. É também por isto que aplaudo a saída de Quaresma do F. C. Porto. A sua estadia há muito que não era bem vista no clube.


Por: Flávio Pedrosa

sábado, 13 de setembro de 2008

Confirma-se



Podolski, um habitual suplente do Bayern de Munique, disse há um par de dias atrás que era ele o melhor jogador do mundo.

O avançado da Mannschaft foi mesmo mais longe e afirmou que "se jogasse ao lado de Rooney também marcava muitos golos", acrescentando ser "fácil ser o melhor do mundo numa equipa de topo da Premier League".

Pois agora são os factos que desmentem a ousadia alemã. O Manchester não consegue vencer nem apresentar um futebol condigno.

Depois de perder a Supertaça Europeia, foi a vez de se deixar bater na sua casa pelo Liverpool de Benitez. E Rooney está lá... o melhor do mundo é que não...

À atenção de Podolski...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Operação Cercal

O primeiro onze de Carlos Gonçalves será modificado.

Carlos Gonçalves continua a preparar a sua equipa para os confrontos que se seguem na Taça do Ribatejo.

No próximo domingo, o Atlético Ouriense desloca-se ao Cercal para defrontar a equipa local.

Adivinham-se novidades no onze inicial da equipa de Ourém. Bruno Torres, Leandro e Dércio estarão ausentes. Os dois primeiros a contas com lesões, enquanto o jovem cedido pelo CD Fátima ficará de fora devido a motivos pessoais.

São contrariedades que Carlos Gonçalves terá de ultrapassar para elaborar a equipa principal que procurará a primeira vitória no Grupo 3 desta prova.

O CDR Cercal parte com ligeira vantagem. Além de jogar no seu reduto, conta já com três pontos conquistados na primeira ronda em Caxarias, onde venceu por uma bola a zero, sendo que uma nova vitória colocaria os cercalenses pertíssimo da fase seguinte.

Cabe aos jogadores do Atlético Ouriense contrariar o bom momento do adversário. Ao clube de Ourém só a vitória interessa. Depois do desaire caseiro da primeira ronda, é tempo de fazer valer o seu estatuto de primodivisionário.

No próximo Domingo, MediaSport dará aos seus leitores, em primeiríssima mão, todas as incidências deste jogo.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Coisas do Caravaggio*

Ricardo fechou os olhos. Será que Quim também?


Aparentemente não há muitas diferenças entre o lance da foto e aquele que se passou ontem à noite.
Se Quim levava os olhos fechados ou não, é secundário...

Eu só consigo encontrar duas distinções: a forma cruel como esta imagem foi exposta ao mundo, o que se traduziu na ansiada machadada final em Ricardo e a humildade de Quim em reconhecer o seu erro.

O deslize de Quim fez a diferença por isto mesmo:
“Não saí bem à bola, errei nesse lance. Todos nós erramos e agora temos de levantar a cabeça”

E como é absolutamente inconcebível que uma sentença destas saia da cabeça de Ricardo, parabéns ao Quim pela humildade de reconhecer o óbvio. Até porque ninguém irá condenar o Danny ou o Nuno Gomes pelas suas perdidas inqualificáveis.

* homenagem ao título da primeira página do Record. Bem conseguido.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mas queriam o quê?

Foto: FPF/Francisco Paraíso

Quando ouço alguém criticar a nossa equipa de Sub-21 não consigo dissociar esse facto da histeria colectiva que se apodera de todos nós quando se trata de empolgar os feitos do nosso país.

A problemática da Missão Portuguesa em Pequim 2008 é um exemplo da mensagem que quero passar. Para alguns de nós era impensável que viessem menos de 8 medalhas. Era também incalculável que não vencêssemos o Euro 2008 ou que os nossos Sub-21 não se qualificassem para o próximo Euro deste escalão.

E porquê? Porque sofremos deste vício constante de pensarmos que somos os melhores em quase tudo o que fazemos. E quando a questão é desporto nem se fala mais nisso! É para ganhar e “mai nada”!

Depois… bem, depois chegam as desilusões que não são mais que a ordem natural das “coisas”.
Tudo bem, somos bons em muitos desportos mas não competimos sozinhos pois não? É disso que insistimos em esquecer.

O caso dos seleccionados de Rui Caçador é uma demonstração perfeita daquilo que penso. Já alguém parou para pensar a sério nesta equipa? Não pois não? Porque tudo o que não seja discutir arbitragens ou debater o acessório do futebol, não nos interessa…

Pois para mim esta equipa não é a EQUIPA que muitos diziam ser. E por isso não estou minimamente incomodado com a não-qualificação para o Campeonato da Europa.

Basta atentarmos no onze que ontem defrontou a sua congénere irlandesa. Após uma análise série somos forçados a concluir que não é equipa para grandes aventuras.

Do onze inicial apenas Rui Patrício é opção constante no seu clube de origem. A defesa foi composta por Vasco Fernandes, Manuel da Costa, Nuno André Coelho e Gonçalo Brandão. Dos quatro existe algum que seja titular do seu clube? Talvez Fernandes…

O meio-campo, sector forte da equipa, esteve recheado de bons nomes: Pelé, Veloso e Manuel Fernandes. Onde tem jogado Pelé para ter ritmo de jogo? Os minutos que Veloso e Manuel Fernandes têm tido nos seus clubes são suficientes para atingir a forma ideal? Penso que não.

No ataque, Vierinha e Vaz Tê apoiados por Paulo Machado. Tratam-se de três bons exemplos de jovens que raramente são opção por onde passam. Pelo menos opções firmes de um treinador.

E esta é para mim a melhor selecção que podemos ter, dada a conjuntura actual.

Só que manifestamente não chega para as encomendas. Compará-la à Holanda, Inglaterra, França ou Itália é de um falta de bom senso gritante.

Como alguém já disse por aqui, também eu não entendo algumas situações. A equipa é frágil e ainda assim conseguem privá-la das suas maiores pérolas.
Falo de Nani, Moutinho, Yannick e Antunes. Que foram estes fazer para os AA quando estava em causa a presença num Europeu da categoria?

Mas este mal não vem de agora. Esta formação já tinha perdido pontos importantes por esta falta de ambição. Já vem dos tempos de Scolari que sempre se borrifou para as selecções jovens.
Francamente custa perceber o quão importantes foram estes quatro jogadores para a selecção AA no jogo com Malta e noutros anteriores…

Não será este falhanço da qualificação uma consequência do mau trabalho que anda a ser feito neste país?

Sabem quantos estrangeiros tem os três principais emblemas portugueses só nos seus escalões de Juniores? Investiguem, indignem-se e, se quiserem, comentem… Talvez passe um pouco por aí o cerne da questão.



Onda Vermelha

"Tempo de engrenar"



Começo por dizer que ando triste…
Já não me lembro da nossa última vitória em jogos a contar.

Isto trata-se apenas de um inconveniente destas paragens para as selecções. Como começámos mal a liga agora a sede de um novo jogo é enorme!

Que venha o Nápoles para desabafarmos toda a nossa raiva e vontade de ganhar! Depois é na Mata Real, campo difícil, e finalmente… Alvalade. Será a 27 deste mês o jogo de tudo ou nada para nós.

Alguns dirão que é muito cedo para previsões tão dramáticas. Outros, como eu, concordarão que perdendo com o Sporting a nossa empatia com o Rui vai abanar.
Não se trata de deixar fugir os rivais ou não. Até porque sim, é cedo para essas conversas.
Trata-se tão-somente da nossa moral que cairá pelo cano. Andaremos tristes e rezingões durante algumas jornadas… Alguns até, perderam a vontade de ver o nosso Benfica por uns tempos.

Mas se não for tão trágico assim, isto é, se vencermos Nápoles, Paços e Sporting (como é nossa obrigação) aí sim, o título deste espaço estará justificado.

“Onda Vermelha” será uma expressão frágil para alguém traduzir a febre que se instalará no país! Por isso temos que, mais uma vez, esquecer o passado recente e atirarmo-nos com unhas e dentes ao futuro próximo!

Mudando de assunto e entrando pelo balneário adentro com que é que nos deparamos?
Com um Katsouranis que teimosa e irritantemente teima em sair, com um Rui Costa que não o consegue convencer ou, pelo menos, silenciar e com uns tristes Makukula, Mantorras e Zoro…

Mas que raio andam eles lá a fazer se nem para jogar na UEFA servem? Não consigo perceber porque continua o nosso clube a pagar ordenado ao Zoro. O rapaz não tem culpa de não ser o Central que pensávamos que fosse. Agora só têm de lhe dar a rescisão e é menos um a estorvar. Do Makukula não digo o mesmo pois ainda pode vir a ser útil. Já do Mantorras nem falo! Esse tem direito a pensão vitalícia pelos danos que lhe causámos!

Agora aproveito para uma “análise” às nossas selecções. Gostei do jogo com Malta no seu todo. Com algumas opções de Queiroz não concordo mas isso… quem sou eu?
Dessa partida ressaltou-me apenas uma preocupação. Ou é de mim ou notei uma quebra abrupta de rendimento do nosso Martins. Oxalá seja engano porque bem precisamos dele!
Quanto aos Sub-21 penso que todos nós, como costume, elevámos a fasquia alto (íssimo) de mais…
Sem ovos não há omoletas e os ovinhos que temos são de hipermercado…


Por: Vasco Ferreira

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Só eu sei...

"Stojkovic: Teimosia ou Alta-confiança?"



Já que estamos em maré de jogos da Selecção Nacional tomo aqui a pequena liberdade de tecer algumas considerações sobre a equipa de todos nós. Carlos Queiroz significa o advento de um novo ciclo e assume a tarefa de coordenar as necessidades das selecções mais jovens com a principal, e até que enfim que se aponta a importância de possuir uma visão integrada e global para o futebol das selecções. É absolutamente primordial dotar as selecções de uma filosofia, de um modelo, de um conjunto uniforme e coordenado de processos e princípios.

Como se viu pela exibição anódina, desgarrada e pautada por uma profunda desinspiração da equipa de sub-21 no Estádio de Wembley, estamos apenas no início da caminhada e existe muito trabalho a fazer. Talvez seja bom começar por explicar a algumas estrelas precoces que a sua futura integração na equipa principal está directamente relacionada com o brio e convicção que demonstrarem nas camadas para as quais são convocados.

Quanto ao Sporting não pude deixar de reagir com perplexidade perante as mais recentes declarações do Guarda-Redes Stojkovic. Vendo-se quase confrontado com a dispensa do clube por questionar permanentemente as escolhas de Paulo Bento para a baliza, e na sequência de variadas declarações auto-elogiosas, seria do senso comum presumir que o atleta já teria percebido que estas afirmações só lhe provocaram até ao momento um inegável prejuízo na sua carreira.

E o que faz Stojkovic? Volta a reafirmar com uma inabalável serenidade que é a melhor opção do nosso plantel para a baliza! Para ser sincero, começo a pensar que esta postura é simplesmente intrínseca ao estilo do jogador, e talvez seja melhor entendê-la como forma de mostrar persistência e auto-confiança, e espero muito simplesmente que Paulo Bento não a entenda como teimosia ou forma de promover uma permanente guerrilha psicológica de balneário. Porque apesar de Stojkovic não ser (ainda) o melhor guarda-redes da Europa, é sem dúvida um excelente guarda-redes, e o Sporting precisa de grandes opções para todas as posições!

Estamos na iminência de um primeiro ciclo de jogos de terrível dificuldade e a equipa, após um excelente início, terá que se manter igual a si própria: a transbordar competitividade, solidariedade em campo, inteligência e maturidade táctica. Confesso alguma ansiedade para ver a equipa a exibir toda a sua garra, classe e vontade de vencer em palcos tão diversos como Alvalade, Luz ou Camp Nou!


Por: César Paisana Adão


Taça do Ribatejo



Já se jogou a primeira ronda da fase de grupos da Taça do Ribatejo.
Atlético Ouriense, Desportivo Vilarense, CCD Caxarias e CDR Cercal são as equipas oureenses que se batem entre si no Grupo 3.

No primeiro dia da prova não se registaram vitórias caseiras. O CD Vilarense venceu no Adelino dos Santos Júnior, enquanto que o CCD Caxarias foi derrotado em casa pelo CDR Cercal.

A turma de Carlos Gonçalves não conseguiu traduzir em golos o bom futebol de ataque que praticou. Por outro lado, os homens de Bruno Neto tiveram o mérito de aproveitar as falhas dos jogadores do Atlético e de fazer golos com um nível de eficácia tremendo. Atlético e CD Vilarense protagonizaram uma partida bem disputada, perante muito público afecto aos dois emblemas.

Fábio e Diogo foram os autores dos golos vilarenses, ao passo que Ricky marcou para a equipa da casa.

Resultados:


Grupo 1
Benavente 0 - Samora Correia 0 (4-5 g.p.)
Barrosense 0 - AREPA 2

Grupo 2
Salvaterrense 0 - Glória 0 (8-7 g.p.)
Marinhais - Amigos Coruche (Adiado)

Grupo 3
Atlético Ouriense 1 – CD Vilarense 2
CCD Caxarias 0 – CDR Cercal 1

Grupo 4
Pego 2 - Mouriscas 0
Folga: Mação

Grupo 5
Bemposta 4 - Tramagal 1
Folga: Alferrarede

Grupo 6
Amiense 0 - Alcanenense 0 (4-2 g.p.)
Mindense 2 - At. Pernes 0

Grupo 7
U. Tomar 1 - F. Zêzere 0
Linhaceira 0 - Atalaiense 0 (4-2 g.p.)

Grupo 8
Fazendense 2 - U. Almeirim 0
Ág. Alparça 0 - Goleganense 0 (4-3 g.p.)

Grupo 9
Riachense 6 - Meiaviense 0 (2.ª Jornada, a 1.ª realiza-se dia 14)
Assentis - Ferroviários (Adiado)

Grupo 10
Moçarriense 0 - Ouriquense 0 (3-2 g.p.)
Folga: Pontevel

LANCE outra vez?


Afinal Lance Armstrong não vai voltar a correr. Pelos menos pela Astana. A equipa cazaque fez questão de desmentir as notícias que apontavam o regresso do ciclista hepta-vencedor da Volta a França.

Foi o próprio director da equipa que negou que Lance pudesse vir a competir sob as cores da Astana. Via e-mail, Philippe Maertens afirmou que o norte-americano “não faz parte” do elenco de ciclistas para 2009.

A ideia de que Lance estaria de volta foi lançada pelo sítio VeloNews que revelou que o ciclista iria participar em cinco corridas pela Astana. A saber: Volta à Califórnia, Paris-Nice, Volta à Geórgia, Dauphiné-Libéré e o Tour de França.

Ainda segundo a mesma publicação, Lance não cobraria um cêntimo pelo seu trabalho e seria dirigido por Johan Bruyneel, o director belga que o conduzia a todas as suas vitórias no mítico Tour, entre 1999 e 2005.

Resta agora aguardar por esclarecimentos da parte do próprio Lance Armstrong que ainda não se expressou publicamente sobre esta questão.

Todavia aumentam as expectativas em torno do regresso do único homem capaz de vencer sete edições do tour.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dragão Dourado

"Quaresma vezes três"
Foto: fcporto.pt

A inusitada paragem do campeonato para compromissos internacionais trouxe consigo novidades para o reino portista. Ricardo Quaresma saiu para o Inter no último fôlego do mercado de transferências. Em sentido contrário viajou Pelé, que serviu de moeda de troca no negócio.

Não entrando na discussão da importância dos valores (até porque eles já foram mais do que discutidos), este poderá vir a ser um excelente negócio para o F. C. Porto. O Harry Potter há muito que se sentia insatisfeito no Dragão, e foram muitas as manifestações públicas do internacional português nesse sentido. Os cerca de 18,6 milhões de euros que entraram directamente nos cofres dos azuis e brancos significam que, para já, o F. C. Porto lucra três vezes mais com o Mustang.

Isto porque na altura em que chegou da Catalunha, envolvido no negócio de Deco, o passe de Quaresma estava avaliado em seis milhões de euros. Se multiplicar-mos este valor por três, atingimos o valor de 18 milhões de euros, montante aproximado da transferência. Por isso, este não se pode considerar, de todo, um mau negócio para os tri campeões nacionais.

Falando de futebol propriamente dito, o F. C. Porto já conheceu também os seus adversários na Liga dos Campeões. Arsenal, Fenerbaçe e Dínamo de Kiev prometem fazer a vida dura à turma de Jesualdo Ferreira. O velho conhecido Arsenal, de Arséne Wenger, tem encantado a Europa nos últimos anos com o seu futebol romântico. Os turcos do Fenerbaçe “trazem” consigo o técnico campeão europeu, Luís Aragonés, bem como o “pichichi” da última liga espanhola, Guiza. Por fim, o Dínamo de Kiev, de Yuri Semin, já admitiu que irá apostar forte na liga milionária desta época. Empenhado também em destronar a recente hegemonia do Shaktar Donetsk na Ucrânia, o Dínamo pretende reviver as boas memórias dos tempos de Rebrov e Shevchenko.

Quanto às selecções nacionais, tudo na mesma. Os sub-21 voltaram a perder, desta feita frente à poderosa, e já apurada, Inglaterra. A equipa AA levou de vencida, com relativa facilidade, a frágil selecção de Malta, vencendo por uns confortáveis 4-0.
A única questão, ainda incompreensível aos meus olhos, é sem dúvida a chamada de Yannick à selecção AA, em detrimento dos sub-21, que jogaram em Wembley uma cartada decisiva no apuramento para o Euro 2009, na Suécia. E ainda por cima, ficou na bancada no jogo frente à Malta. Alguém me pode explicar o porquê de tudo isto?




Por: Flávio Pedrosa

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tudo a postos para a UEFA


FC Porto e Sporting já enviaram as listas de jogadores a inscrever na Champions League. O Benfica também já o fez mas para a UEFA Cup.

Do lado portista destaque para as ausências de Bolatti e Adriano. O jogador brasileiro já era um proscrito para Jesualdo e o seu futuro próximo pode passar pelo Brasileirão, onde as inscrições ainda não fecharam. Já a ausência de Mário Bolatti causa maior estranheza ou não se tratasse de um jogador que provocou uma acesa disputa, pela sua contratação, entre FC Porto e os espanhóis do Deportivo, no ano passado. De fora mas sem surpresa ficou o jovem Rabiola. O avançado, contratado ao Vitória de Guimarães, contraiu uma lesão na parte final da época transacta, da qual ainda não recuperou.

A lista elaborada por Paulo Bento espanta pela inclusão do guardião Stojkovic. O treinador leonino tinha afiançado que o jovem sérvio não tinha espaço no seu Sporting. Contudo, as dificuldades sofridas na colocação do jogador, obrigaram o técnico a inverter a marcha. Paulo Bento já avançou que "uma vez incluído no grupo, terá o mesmo direito ao trabalho que os colegas”.

A outro nível, também o Benfica se aprontou a inscrever os seus jogadores mas na Taça UEFA. Os encarnados apresentaram a sua lista da qual sobressai o facto de Makukula ter sido preterido. Adivinham-se tempos difíceis para o ponta-de-lança luso-congolês. O jovem perdeu margem de manobra com a chegada do interista David Suazo. Também Mantorras e Marc Zoro ficaram fora das opções de Quique Flores.

Bola Àparte

"Cinema Puro"


Prometi a semana passada continuar no tema do cinema asiático se nada de mais excitante acontecesse. E ao que parece a resposta do nosso Procurador Geral da República à escalada do crime violento em Portugal resultou em cheio. Os nossos pulhas, escroques, malandros e celerados de todos os tipos fecharam-se em casa com medo do novo Secretário de Estado da Segurança Interna (até o título comanda respeito, assim num estilo vagamente Estado Novo). Saí sem receios pessoas de bem, uma nova era de paz e concórdia se anuncia. It´s gonna be a bright sun-shiny day!

Mas passemos ao prato forte desta noite: Takashi Miike, a.k.a. “the agitator”. Começa a ser mais notado desde que o geek supremo, Quentin Tarantino, elevou o cinema de género oriental a referência cultural indispensável. O espectador médio talvez o conheça como o realizador do grudge movie “One missed call”. Este cineasta acidental - a sua paixão primordial seriam as dirt bikes - entrou para a escola de cinema de Shohei Imamura, do qual seria mais tarde assistente, por falta de propostas mais apelativas. Até hoje já assinou cerca de 70 títulos (podemos falar de bulimia fílmica: realiza em média 5 filmes por ano), que atravessam todos os géneros rigidamente codificados pela produção cinematográfica japonesa. Rapidamente incorporou a imagem de cineasta-limite, radical e iconoclasta, um transgressor que consegue introduzir os elementos mais bizarros num filme de género bem definido. Mas não são gratuitas as suas provocações, e o conteúdo adulto e ultra-violento de muitos dos seus filmes é apenas compreensível como escape catártico na rígida sociedade japonesa.

Entrou pela porta do “V-cinema” (“V” de vídeo, claro): filmes de género, realizados com rapidez e em low-budget, o que lhe dá liberdade de experimentar dentro dos parâmetros exigidos pela encomenda. É neste “laboratório formal” que reside o fascínio obscuro pelo cinema de Miike: experimentação nas fronteiras da codificação dos géneros. Mas sem nunca perder as referências morais: mesmo no mais contemporâneo niilismo, há sempre um velho código de honra que permite uma noção clara do certo e errado. É este o paradigma do Japão contemporâneo: o respeito pela tradição milenar e o apelo do progresso tecnológico, cultural e económico. A eterna dança entre o passado e futuro, que a loucura surrealista deste agent provocateur tão bem materializa.

Como entrar na obra deste cineasta, perguntam vocês? Sugiro “Audition” de 1999: um arrepiante conto de amor e obsessão, em que o clima de crescente tensão surda culmina numa demente apoteose de cruel tortura física. “Visitor Q”, feito em 2001 por uma ninharia, é um exercício que mistura o sentimental e o grotesco, em que a cena mais aberrante convida à mais profunda das reflexões sociais. Ácido retrato de uma família destruída, que se reencontra através de um estranho processo envolvendo violência, drogas, incesto, necrofilia e um misterioso visitante que se faz convidado. Eu comparo, sem medo, esta obra a objectos incontornáveis como “Teorema” de Pasolini e “Weekend” de Godard. E o mais visto e aclamado “Ichi the Killer”, também de 2001, é a adaptação do manga sanguinolento de Hideo Yamamoto. Mais recente é o “Sukiyaki western: Django” em que adapta esta personagem clássica do “western spaghetti” ao Japão (daí Sukiyaki western, percebem? Sukiyaki é um prato de massa à japonesa!).

Nas palavras de Hitchcock “acredito no cinema puro”, e se isto não o é não sei o que será. Vejam que vale a pena! Mais indicado para thrillseekers.


Por: Francisco Adão