terça-feira, 2 de setembro de 2008

Só eu sei...

Foto: sporting.pt


A goleada sofrida a meio da semana transacta pelo Sporting diante do Real Madrid, não atingiu, felizmente, proporções passíveis de prejudicar excessivamente o prestígio do clube, e serviu inclusivamente para retirar importantes ilações sobre as reais capacidades do plantel.

Muitos defenderão a ideia de que programar para uma fase precoce da temporada um jogo deste calibre constituiu uma negligência que poderia ter degenerado na gratuita alienação do prestígio e confiança da equipa. Não partilho dessa perspectiva, porque estas são as oportunidades ideais para o Sporting encarnar uma almejada e legítima dimensão internacional.

Considero apenas que Paulo Bento facilitou no onze escolhido para entrar de início, e foi com apreensão que observei a falta de ritmo competitivo de algumas das segundas escolhas. Paradoxalmente, a confiança da equipa principal saiu reforçada, mediante a boa réplica exibida na segunda parte do encontro.

O sorteio para a fase de grupos da Liga dos Campeões ditou ao Sporting um cenário classificado pela generalidade da imprensa desportiva como “favorável”. Mas na elite do futebol europeu já não existirão equipas frágeis.

O grupo é composto por um colosso que procura reencontrar-se (Barcelona); por uma equipa que alia a combatividade defensiva típica do leste ao virtuosismo ofensivo brasileiro, e que se exibiu em grande nível num passado recente, no Estádio da Luz, para esta mesma competição (Shakhtar); e por uma outra equipa sobre a qual tivemos ascendente na temporada passada, mas que insiste em manter-se na ribalta das competições da UEFA (Basileia).

O Sporting terá que manter-se igual a si mesmo, abnegado e humilde, para poder ocupar finalmente uma posição legítima entre as 16 melhores equipas do continente.

Quero deixar uma palavra especial de apreço à equipa de futsal, aposta séria e racional do clube, pelo brio a que já nos habituou, e por ter conquistado no passado fim-de-semana a Supertaça.

Em Braga alcançámos um triunfo táctico, firme e inteligente, numa deslocação sempre complicada. As transições ofensivas melhoraram; Caneira e Postiga comprovaram a qualidade das soluções do plantel; houve bom posicionamento nas compensações defensivas; e uma boa gestão dos tempos de jogo.

Desagradou-me a relativa incapacidade da equipa em reter a bola em momentos complicados do jogo.

Deixo uma pergunta retórica a Bruno Paixão: para quê a prepotência disciplinar perante uma equipa que não joga de forma violenta, prepotência essa que condicionou inclusivamente a substituição de Hélder Postiga?

Leão da semana: Hélder Postiga


Por: César Paisana Adão

1 comentário:

Anónimo disse...

Só hoje conheci este blog.
Parabens. Serio e com muita qualidade.