terça-feira, 18 de novembro de 2008

Só eu sei...

Faltou o killer instinct


De facto não tem sido fácil o início de temporada do Sporting. Tudo parece conjugado para resultar bem: ao low-profile dos dirigentes, junta-se um plantel experiente e de inegável qualidade. A equipa já venceu um troféu e já conseguiu superar de forma histórica e inédita um difícil patamar europeu. Mas não tem conseguido demonstrar de forma assertiva a sua candidatura ao título nacional, e todo o ruído disciplinar que se presta à execrável mediatização não permite agregar o necessário elemento da tranquilidade.

Contra um organizado Leixões, o Sporting começou por experimentar a abordagem habitual: presença defensiva concentrada, critério na circulação de bola, pressing alto, e exploração do erro do adversário. O que correu mal desta vez? Antes de mais as contingências intrínsecas de um jogo de futebol: duas defesas por instinto do guarda-redes contrário criaram ansiedade na equipa; depois a lesão de um jogador rotinado, que quebrou mecanismos; e finalmente a incapacidade de controlar as emoções e gerir com racionalidade a necessidade de inverter a tendência de jogo.

A lesão é irreversível e aleatória, mas a concretização das oportunidades de golo; a negligência com que se perdeu a bola que originou o golo; a falta de clarividência com que se tentou reverter a situação, esses são factores a trabalhar. Quem aspire a ser campeão não poderá esperar que todos os jogos corram conforme planeado, sem adversidades nem incidentes: tem é que ter a alma e a força interior para conseguir reagir.

O que distingue uma equipa campeã é um sistema táctico rotinado, com intérpretes de qualidade; um avançado eficaz; a capacidade de vencer jogos difíceis, pejados de contingências adversas; e um balneário blindado e focado nos objectivos colectivos.

Digamos que até Janeiro ou Fevereiro não peço exuberância, mas como adepto exijo desde já que haja mais alma em campo, que não se cometam erros defensivos infantis, e que seja revista de vez a forma de proteger o balneário (jogadores e equipa técnica) de todo o ruído que o envolve.

Destaco ainda a exibição personalizada e temerária de mais um produto de inegável qualidade das nossas escolas: Daniel Carriço mostrou sportinguismo em campo e afirmou-se como opção consistente do presente e do futuro!

Leão da semana: Daniel Carriço


Por: César Paisana Adão

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