sábado, 15 de novembro de 2008

Bola Aparte

C’est la vie!


Obama lá ganhou. Yes he did! Os coelhinhos quase parecem sair das tocas com mais confiança, com fé redobrada nos homens, e as plantas estendem os seus ramos e flores para um sol mais brilhante e generoso. É quase como aquela celebração na floresta quando o Império é derrotado no final do Star Wars. Não! Eu brinco. Mas é verdade que desponta uma metafórica primavera na política mundial com a saída de Bush. Cínico que sou, não consegui ficar indiferente a toda a emotividade que rodeou esta eleição, que começava a recear não ver terminada (é que para histórias longas e repetitivas para as quais não se augura fim agradável chega-me a minha própria vida e o processo Casa Pia) .

A questão é que todos precisamos de um bocadinho mais de confiança no futuro global, e se Obama é o estandarte vivo desse sentimento, então exulto porra! Hip, hip, hurra. Acho que só o Pulido Valente não ficou contente, e esse já não se vê contente desde o natal de 87 (parece que o peru tava especialmente bem guarnecido esse ano). Eu digo viva o novo presidente negro com o nome estranho. Boa sorte para ele e para os nossos amigos americanos.

Nós por cá: nada de novo, não é? Alguém puxou de uma suástica como adereço para um desastre de protesto num orgão que, para o bem ou para o mal, parece-me ter sido legitimamente eleito pela nossa democracia. Não vou aqui demonizar a pobre criatura que protagonizou a cena, mas a simples ideia de que o desespero causado pelo défice democrático, que há largos anos fustiga a Madeira, de alguma forma justifica este tipo de acção, é algo de perfeitamente ridículo. O Sr. Deputado José Manuel Coelho devia era ter tirado umas férias. Sair da Madeira. Passar o Natal ao Brasil.

E não é que eu seja pessoa para melindres com suásticas. Sei como se desenham e sei que elas existem e que pessoas as usam para diversos fins. E reconheço que a dignidade daquela vetusta casa parlamentar já se tinha visto manchada em diversas situações, qual delas a mais gritante? Não foi lá que chamaram p*** e mandaram ir cozinhar uma colega parlamentar? Mas esta apanhou-me desprevenido. Discutindo o assunto, alguém sugeriu a questão se aquilo era preferível a defecar em plena sessão. Que posso dizer? Conversas de merda! Mas tendo que escolher, escolhia o cagalhão.

E o partidozinho do Sr. Monteiro ganha publicidade, e ele vai a reuniões com verdadeiras figuras do Estado, discute o assunto e expõe as suas ideiazinhas. E mantêm-se na órbita da política portuguesa, como um pequeno e irritante satélitezinho. Ele e a sua Nova Democracia ressabiada que nunca passou de um fenómeno eminentemente publicitário, de mera circunstância política.
Mais 120 mil professores inundam Lisboa e o braço do Ministério da Educação parece cada vez mais prestes bater na mesa, mas continua a recusar reconhecer algo de errado com a sua política educativa e o consequente mau ambiente que se vive nas escolas portuguesas, mesmo quando este se manifesta na forma de ovos e apupos. C’est la vie.

Por: Francisco Adão

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