terça-feira, 7 de outubro de 2008

Só eu sei...

Esta é por conta da casa!

Foto: M.A. Lopes/ Lusa

Uma confissão inicial: este vosso cronista, mesmo que quisesse, estaria impossibilitado, por questões geográficas e logísticas, de se deslocar para ver ao vivo o Sporting, e desta forma assiste aos jogos confortavelmente sentado no sofá de sua casa. Desta forma salvaguarda-se desde logo de fazer a triste figura de ver os jogos entre uma massa adepta que se dá ao luxo de assobiar e reprimir a sua equipa em casa, ainda para mais num jogo para a Liga dos Campeões onde é imperativa a necessidade de ganhar.

As críticas dos adeptos situam-se sempre no domínio do irracional, e ou exigem despedimentos e afastamentos da equipa, ou lhe proclamam o apoio cego e incondicional: no meio termo estará sempre a verdade, que possui sempre uma sede própria para ser exprimida.

Antes de mais expresso uma profunda felicidade pelo cumprir da obrigação frente ao Basileia, que nos põe na rota de um objectivo expresso, que especialmente compartilho como ponto de honra: passar além da fase de grupos da mais prestigiada competição mundial de clubes.

Quanto ao jogo frente ao Porto, quero desde logo expressar o meu profundo desagrado pela infantil iniciativa de Polga de cometer aquela falta absolutamente desnecessária à entrada da área, apenas uma semana após termos perdido contra outro rival directo por meio de dois erros evitáveis cometidos na sequência de lances de bola parada.

Rochemback, cujo nível competitivo anda pelas ruas da amargura quase desde o início do campeonato voltou a ser uma peça a menos no xadrez do nosso meio-campo, e quanto à perda de bola de Grimi no lance que degenerou no primeiro golo do Porto, só pode ser classificada com um termo: patético!

Vamos lá a colocar as questões de forma séria: o Sporting quer realmente ser campeão nacional, apostando no primado da experiência e continuidade, mas cometendo este tipo de erros e reincidindo na desconcentração, no falta de auto-controlo, na inconsistência nos momentos decisivos, na falta de concentração e clarividência, na falta de garra, no desleixo?

Traído pelas minhas próprias palavras, numa rara premonição do tom da troca de palavras da semana que se seguiria, reconheço aqui que o pagamento da factura fica mesmo por conta da casa!

A partir daqui, é pensar que antes de mais uma paragem competitiva já abdicámos da liderança no campeonato, mas nada se encontra irremediavelmente perdido, desde que haja a noção de que um campeão não facilita e joga duro, feio e pragmático nos momentos certos, e comete poucos ou nenhuns erros desnecessários. Veja-se a forma como o Porto jogou: aceitou ser subjugado em vários momentos do jogo mas foi sempre venenoso e objectivo, foi humilde, nunca se desuniu e fez uma gestão perfeita dos ritmos do jogo, desdobrando-se de forma imaculada consoante possuísse ou não a bola!

Fica um voto de força para o reinício de competição, deste sportinguista que não deixa de acreditar!

Leão da semana: João Moutinho


Por: César Paisana Adão

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