segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dragão Dourado

A perder nos entendemos

Foto: fcporto.pt


O Halloween chegou mais cedo para as bandas do Dragão. Sem que ninguém desse muito por isso, o F. C. Porto perdeu por duas vezes consecutivas, mostrando a todos (inclusive a Jesualdo Ferreira, que por sinal ainda não sabia) que a equipa ainda não atingiu os patamares mínimos exigíveis, a uma equipa do nível da campeã nacional.

O descalabro iniciou-se na passada terça-feira, frente ao Dinamo de Kiev. Os receios que aqui lancei na semana passada sobre a incógnita que seria o F. C. Porto nesta partida revelaram-se apropriados, visto que a formação azul e branca jogou mal. Diria até muito mal, para quem tem aspirações a passar aos oitavos-de-final da prova. À “frangalhada” de Nuno, seguiu-se uma hora de um péssimo futebol. Os sucessivos passes errados, perdas de bola, e a apatia generalizada da equipa originaram uns ruidosos assobios no final da partida. Os protestos, totalmente adequados à situação, não pareceram surtir qualquer efeito na equipa portista, e o jogo de sábado foi exemplo disso mesmo.

Se perder com o Dinamo de Kiev por 0-1, num jogo onde os ucranianos até só fizeram um remate à baliza durante todo o jogo, não poderia ser apelidado como um resultado calamitante para os dragões, perder em casa com o Leixões é-o certamente. Não querendo com isto retirar todo o mérito do Leixões nesta vitória (o que seria de todo injusto), um plantel tão valioso (em euros) como o do F. C. Porto tem como obrigação vencer os seus jogos, em casa, frente a adversários do nível da equipa matosinhense. Isso é um facto, e é profundamente demagogo pensar o contrário.

Só que mais uma vez os jogadores do F. C. Porto entraram em campo com uma sobranceria tal, que irritou todos aqueles que assistiram à partida. A arrogância portista “deu os seus frutos” logo aos três minutos de jogo, quando Bruno China marcou de cabeça o primeiro golo da partida. Um lance infantil da defesa portista, com Lino à cabeça. Este golo não foi suficiente para acordar os onze homens de azul e branco que estavam em campo, e Braga fez questão de acentuar que o Leixões não tinha ido ao Dragão em excursão, marcando o 0-2.

Finalmente via-se reacção. Não das bancadas, porque essa já se sentia desde o inicio do jogo, mas sim do banco portista. Saltou para o onze Candeias, uma espécie de Quaresma, mas com um terço da classe e categoria do Harry Potter. Por outras palavras, um jogador arrogante, individualista mas que...não resolve jogos.
Ainda assim, os dragões conseguiram chegar ao empate na partida. Os golos da dupla argentina Lucho-Lisandro pareciam ter resolvido o problema, parafraseando Jesualdo. Mas não resolveram.

E por duas razões: A primeira devido ao professor, que se diz treinador de elite de futebol, ter colocado um extremo direito, Mariano Gonzalez, a...defesa-esquerdo! Isso mesmo, defesa-esquerdo. Contado ninguém acredita, mas foi muito por causa desta alteração que o F. C. Porto “morreu” para o jogo; A segunda, porque o mesmo Braga que havia feito o 0-2, haveria de fazer o 2-3, num grande remate de fora da área. Isto depois de ter sido anulado um golo limpo a Zé Manel, num lance que nasceu do “mágico” lado esquerdo da defesa portista.

Bem sabendo que Pinto da Costa não é homem de “chicotadas psicológicas”, é bom que apareça mais vezes no balneário da equipa. Acima de tudo para mostrar o que realmente é preciso ter para ser jogador do F. C. Porto, visto que não parece existir pessoas competentes para isso nos quadros do clube.

O reinado de Jesualdo no Dragão já esteve mais firme, e os lenços brancos no final da partida frente ao Leixões são exemplo disso mesmo. Veremos como “professores” e “equipa” resolvem esta questão.

Dragão da Semana: Raúl Meireles


Por: Flávio Pedrosa

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