segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dragão Dourado

Do inferno ao céu em apenas uma semana

Foto: fcporto.pt



Foi uma semana atribulada, a última vivida no reino do dragão. Ao desastre de Londres seguiu-se uma exibição muito conseguida em Alvalade, resultando a mesma numa vitória vital para as aspirações azuis e brancas para o campeonato nacional.
Frente ao Arsenal assisti à pior exibição do F. C. Porto, desde que me lembro de ver os dragões jogarem. Foi mau de mais para ser verdade. Foram 4-0, mas podiam ser sete ou oito que o resultado seria também justo.

Pior que isto tudo só mesmo as atitudes de Jesualdo Ferreira. Durante todo o jogo, e mesmo aquando da constituição do onze inicial, se percebeu que o jogo em Inglaterra servia acima de tudo para preparar a equipa para o jogo deste fim-de-semana. A saída de Fernando ao intervalo, e de Raul Meireles no decorrer da segunda parte mostraram isso mesmo. Podem-me dizer agora que o professor fez bem porque conseguiu vencer o Sporting, mas eu não consigo pensar assim. Fui “educado” pelo próprio F. C. Porto a “encarar” cada jogo como se de uma final se tratasse. O único objectivo do clube é vencer! Seja que partida for. E ver o campeão nacional ser trucidado pelo Arsenal, sem que o treinador portista fizesse algo para inverter o sentido do jogo, doeu-me imenso.

Passado o pesadelo europeu, o plantel do F. C. Porto começou a preparar o jogo de Alvalade com todo o afinco. E acima de tudo, com muita confiança. Mesmo depois do acidente a meio da semana, jogadores e treinador uniram-se, e gritaram, em uníssono, “presente” nesta liga. Afinal, o campeão tem sempre de ser levado em conta.

E que jogaço fez a equipa portista. Nuno substituiu Helton na baliza, sem que se fizesse muito alarido no seio da massa adepta azul e branca. Não só porque a mudança foi forçada, mas também porque há muito que valor de Nuno deixou de ser posto em causa. São cada vez mais aqueles que começam a questionar, se o português não deveria ser mesmo titular, no lugar de Helton, nas partidas oficiais.

Depois, o F. C. Porto contou com uma dupla de centrais muito coordenados. Rolando e principalmente Bruno Alves estiveram intransponíveis, contribuindo para que o Sporting fosse inofensivo no decorrer de toda a partida. Não fosse a barra e a falta de pontaria dos jogadores azuis e brancos, e a vantagem seria ainda mais dilatada.
Finalmente Jesualdo “venceu” Bento. Desta feita, a superioridade exibicional deu lugar a golos e pontos para o dragão.

PS: Este post sriptum é mais um grito de revolta. Fim ao “reinado” de S. Lucílio. Esse elemento nefasto para qualquer partida que se queira bem jogada. Neste jogo há que se dizer que não errou nos “lances chave”, mas as constantes interrupções e inconstâncias técnicas deixam enfurecido qualquer adepto. Como é possível assinalar-se um penalti e não castigar o jogador com um cartão amarelo (no caso Tomás Costa)? Como é possível não ter visto mais uma entrada suicida de Tomás Costa, não tendo sequer sancionado a falta? Como é possível não expulsar Derlei por entrada duríssima sobre Sapunaru? E como teve coragem de, depois desse mesmo lance, ter admoestado o jogador agredido com um cartão amarelo? E as constantes paragens inusitadas do encontro? E as atitudes arrogantes que tem com os jogadores?

O futebol felizmente evoluiu, mas há ainda agentes no meio que não acompanharam essa mudança. Mesmo errando para ambos os lados hoje, foi com “o coração nas mãos” que vi os últimos minutos da partida. Não fosse S. Lucílio intervir divinamente e tirar da cartola mais uma decisão iluminada pelos deuses.
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Dragão da semana: Bruno Alves

Por: Flávio Pedrosa

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