sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Só eu sei...

Sempre a cumprir




As recentes vitórias do Sporting sobre Basileia e Marítimo revelam uma equipa ciente da sua missão, rotinada nos seus processos, mas que hesita em conferir ao seu futebol brilho e exuberância. Ambas as vitórias foram conquistadas com uma enorme simplicidade de métodos mas com um excessivo sentido de gestão, que tem degenerado numa acalmia de ritmos de jogo.

Se os jogadores têm por um lado percebido que sendo rigorosos do ponto de vista defensivo e venenosos na dimensão ofensiva podem facilmente manietar os ímpetos dos conjuntos contrários, tal não significa que não possam ser virtuosos e esforçados do primeiro ao último momento de jogo. E Paulo Bento deixou este recado bem entregue nas suas recentes declarações à comunicação social.

Contra o Basileia, retenho o encaixe monetário proporcionado pela vitória, bem como os 3 pontos que nos permitiram ser das mais produtivas equipas da fase de grupos da Champions na presente temporada, porque a exibição foi pálida e anódina, reveladora até de uma preocupante falta de entusiasmo. A rever.
Contra o Marítimo bastou o aproveitamento do caudal ofensivo criado, mas perpetuou-se a já referida anemia.

Mas se existem factores a rever, factores esses que me parecem resultar da forma anímica da equipa, também existem boas indicações: a equipa tem o seu sistema de tal forma interiorizado que já sente facilidade em enlear o adversário na sua rede, deixando-o sem soluções, sendo que apenas variam as zonas em que pressiona, altas quando precisa de marcar e adiantar-se no marcador, baixas quando deixa a iniciativa à equipa contrária, normalmente já ferida.

No modo da pressão em zonas recuadas percebe-se que a equipa já entrou em fase de gestão de ritmos, continuando no entanto desperta para o contra-ataque com recuperações e lançamentos rápidos. O que tem que ser revisto é a intensidade com que a equipa desempenha este segundo sistema!

Do ponto de vista individual percebe-se que pelo momento de forma que atravessa, Abel será apenas uma alternativa a Pereirinha. Djaló cumpriu com facilidade a sua missão, com golos, assistências e pormenores de luxo, sempre rápido e incisivo. Só não entendo a sua recente relutância em festejar golos. Já Adrien Silva mostrou que com um pouco mais de ritmo pode ser um excelente operário de meio-campo: preciso nas marcações, dotado nas recuperações e com apurado sentido ofensivo!

Leão da semana: Yannick Djaló

Por: César Paisana Adão

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